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Provamos 6 cafés de diferentes origens produtoras do país

Um total de 58,81 milhões de sacas em 2024. Essa é a estimativa de produção de café do Brasil – o maior produtor e exportador do mundo – para este ano, um aumento de 6,8% em relação a 2023 (os dados são de maio, da Companhia de Abastecimento – Conab). Justamente pelas dimensões continentais e ambientes diversos, a degustação deste mês privilegia seis origens do grão.

O fruto é produzido em diferentes estados e municípios brasileiros, com variações de relevo, clima, manejo e variedades, fatores que influenciam diretamente o resultado final e o valor do grão na xícara. Daí a relevância da Denominação de Origem (DO) – selo concedido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que certifica produtos cujas qualidades ou características são obtidas exclusiva ou essencialmente de determinada região. Ou seja, o produto só é daquele jeito por conta do local em que foi produzido, considerando o meio geográfico e os fatores naturais e humanos. É a principal (e mais desejada) certificação das duas categorias de Indicação Geográfica (a segunda é a Indicação de Procedência ou IP).

Na produção de café, seis regiões possuem o selo: Cerrado Mineiro (a primeira DO de café do país, em 2013), Mantiqueira de Minas (que recebeu o selo em 2020), Caparaó (2021), Montanhas do Espírito Santo (2021), Matas de Rondônia (2021) e Canastra (2023). Nesta degustação, selecionamos um café de cada uma dessas denominações. O barista Arthur Rieper, da Café Store, preparou as bebidas no método chemex, a uma proporção de 1 g de café para 12 g de água. Confira as nossas anotações:

1 – SM Cafés – Robusta Amazônico

Um canéfora da variedade robusta R25, cultivado por Geanderson Gambarte em Rio Verde, Matas de Rondônia.
Torrado por: SM Cafés
Aroma: doce, castanhas, chocolate amargo
Sabor: castanhas, amadeirado, frutado
Acidez: alta
Corpo: médio
Finalização: longa, limpa
A redação achou: um bom café, suave
Instagram: @sm_cafes

2- Black Tucano – Fruity Coffee

Um café da variedade catuaí vermelho cultivado por Derio Brioschi, em Venda Nova do Imigrante, região Montanhas do Espírito Santo (ES), a mil metros de altitude.
Torrado por: Black Tucano
Aroma: frutado, melaço
Sabor: floral, melaço
Acidez: média/alta
Corpo: médio
Finalização: limpa, agradável
A redação achou: vai bem a qualquer momento
Instagram: @blacktucanocoffee

3- Cadin de Minas – Docin

Produzido na região da Mantiqueira de Minas (MG) pela Fazenda São José, em Santa Rita do Sapucaí. É um arábica da variedade catuaí vermelho.
Torrado por: Cafetelier
Aroma: especiarias, doce
Sabor: frutado
Acidez: média
Corpo: médio/baixo
Finalização: leve, agradável
A redação achou: uma boa opção para o dia a dia
Instagram: @cadindeminas_

4- Ninho da Águia – Jardim do Sol

Produzido na região do Caparaó (MG) a 1,3 mil metros, na Fazenda Ninho da Águia, no município de  Alto Caparaó. É um blend de arábicas catuaí vermelho e amarelo.
Torrado por: Fazenda Ninho da Águia
Aroma: doce, frutas vermelhas
Sabor: compota de morango, caramelo
Acidez: média
Corpo: alto, aveludado
Finalização: persistente
A redação achou: um café equilibrado, para momentos especiais
Instagram: @cafefazendaninhodaaguia

5- Santiago Café Especial

Um café composto por grãos arábica bourbon amarelo 86, produzido pela Fazenda Santiago a 1,1 mil metros de altitude, em Presidente Olegário, no Cerrado Mineiro (MG).
Torrado por: Santiago Café Especial
Aroma: cravo, picante
Sabor: chocolate amargo, frutado
Acidez: média/baixa
Corpo: médio
Finalização: leve
A redação achou: um café agradável, fácil de tomar
Instagram: @fazendasantiago.cafe

6- Canastra Coffees – Casa Brás

Um geisha cultivado na região da Canastra (MG) por Pedro Brás, na Casa Brás, em Vargem Bonita, a 1,3 mil metros de altitude.
Torrado por: Canastra Coffees
Aroma: doce, mel, caramelo
Sabor: chocolate ao leite, caramelo
Acidez: média/baixa
Corpo: médio/alto
Finalização: presente
A redação achou: um bom café para começar o dia
Instagram: @canastracoffees

Texto originalmente publicado na edição #84 (junho, julho e agosto de 2024) da Revista Espresso. Para saber como assinar, clique aqui.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Agência Ophelia

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