Mercado

Projeto busca ampliar mercado mundial do café solúvel brasileiro

Nesta quarta-feira (30), os presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães, e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Sergio Segovia, assinaram o projeto setorial Instant Coffee Brazil – Explore & Enjoy, que tem como objetivo ampliar os mercados mundiais ao café solúvel nacional.

O evento on-line contou com a participação do diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, e de profissionais das indústrias associadas à entidade, que respondem por 99,5% da produção nacional de café solúvel.

“As ações do projeto pretendem turbinar as estratégias para alcançar a meta de crescimento de 50% no volume exportado no período de 2016 a 2025, que foi estabelecido no plano estratégico de desenvolvimento do café solúvel do Brasil, que elaboramos em 2015”, explica Aguinaldo Lima.

O presidente da Abics completa que as atividades também serão desenvolvidas para consolidar a marca institucional do café solúvel do Brasil internacionalmente. “A intenção é desenvolver estratégias de inteligência de mercado e marketing, que ampliarão ainda mais a visibilidade dos produtos brasileiros, reforçando o conceito de que o Brasil, a ‘nação do café’, também é a ‘nação do café solúvel’”, comenta Pedro Guimarães.

O novo projeto pretende, ainda, atrelar as estratégias de marketing às de sensibilização de negociações tarifárias. “Queremos estimular acordos comerciais juntos aos governos dos diversos países clientes do café solúvel brasileiro, incluindo a sensibilização do Governo Federal na inclusão do produto em acordos comerciais de blocos econômicos, negociações bilaterais, acordos tarifários individuais e pontuais, entre outros”, revela Aguinaldo.

O Brasil, por falta de acordos comerciais, sofre forte taxação no café solúvel. Dos mais de 120 países que adquiriram o produto nos últimos 10 anos, apenas 38 países aplicam tarifa inferior a 5%. Nos demais, chega-se a impostos de importação que oscilam de 6% a 45%, impactando diretamente na competitividade com países concorrentes que detém acordos comerciais.

Mercados

A Abics e a Apex-Brasil elencaram como principais mercados para as ações do novo projeto: China, Cingapura, Coréia do Sul, Filipinas, Turquia, Myanmar, Indonésia, Emirados Árabes e Arábia Saudita, com o intuito de ampliar ainda mais a presença do solúvel nas exportações.

“Quando se observa o desempenho das exportações entre 2013 e 2019, por continente, e o crescimento em volume dos principais países de destino, as oportunidades de mercados apresentam recortes de interesse, com destaque aos mercados da Ásia e do Oriente Médio, em especial nações da comunidade árabe”, explica Aguinaldo.

Há mais de 50 anos, o Brasil atua na produção de café solúvel, com representatividade de 14,6% do mercado global, e também na exportação, com market share (participação no mercado) de 15,4%. Há seis indústrias em operação no país, que, em 2020, fabricaram o equivalente a mais de 5,1 milhões de sacas de 60 kg.

Desde a implantação do primeiro projeto setorial pela Abics e Apex-Brasil, em 2018, os embarques vêm batendo recordes sucessivos, tendo alcançado 4,1 milhões de sacas (9,2% do total) no ano passado, gerando divisas de US$ 537 milhões. O consumo interno também cresceu sistematicamente nos últimos quatro anos, aproximando-se do equivalente a 1 milhão de sacas em 2020, o que equivale a 4,5% do total de café consumido no Brasil.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

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