Pesquisa revela que consumidores experimentaram novos cafés durante a pandemia
A indústria do café está ciente de que a pandemia forçou as pessoas a consumir mais café em casa. O que muitos ainda não perceberam, no entanto, é que os consumidores experimentaram cafés diferentes. E, como resultado, as preferências são mais diversas e estão evoluindo.
“Os consumidores de café são receptivos a experimentar coisas novas, o que significa que a inovação não deve parar durante uma pandemia”, disse Cheryl Hung, vice-presidente de pesquisa da DIG Insights Inc., que apresentou os resultados da pesquisa National Coffee Data Trends Study 2022 durante a conferência virtual da Associação Nacional do Café deste ano. A pesquisa, realizada durante duas semanas em janeiro, incluiu mais de 1.500 norte-americanos.
Os hábitos do consumidor evoluem
Enquanto mais pessoas voltaram ao trabalho, Hung disse que o hábito de fazer café em casa continuará para muitos consumidores. As principais razões são custos crescentes e preocupações com finanças pessoais. As notícias ainda são boas para as indústrias de café de varejo e foodservice, já que o consumo de café está em alta.
A porcentagem de adultos que tomaram pelo menos uma xícara de café ontem aumentou de 60% em julho passado para 66% em janeiro, o que Hung disse ser “estatisticamente significativo”. O número de janeiro é alto mesmo em comparação com os níveis de 2018 e 2019.
O maior consumo de café no dia anterior foi de 78%, entre 1954 e 1955, enquanto o menor foi em 1995, quando 47% dos adultos norte-americanos tomaram café um dia antes da pesquisa. Houve apenas alguns anos em que essa métrica estava abaixo de 50%. “É uma ótima notícia para nossa história de recuperação. Acho que nos dá muita esperança de que o café permaneça incrivelmente resiliente”, disse Hung.
Impacto da idade no consumo
O aumento pode ser sentido na maioria das faixas etárias, embora o crescimento mais forte venha dos consumidores de café mais velhos. Quase metade (48%) dos jovens de 18 a 24 anos tomou um café no dia anterior em janeiro, número semelhante ao de julho. Entre as pessoas de 25 a 39 anos, 59% consumiram a bebida, o que representa quatro pontos em relação a julho. 66% das pessoas de 40 a 59 anos, cinco pontos acima de julho. Quase três quartos (72%) daqueles com 60 anos ou mais, “o que é incrivelmente nove pontos a mais que em julho”, disse Hung. As tendências se mantêm em todas as regiões do país, embora o Nordeste e o Oeste tenham registrado os ganhos mais fortes.
Cafés especiais continuam crescendo
Grande parte da recuperação também é impulsionada pelo café especial. Houve um ganho de 4%, para 43% das pessoas que tomaram pelo menos uma xícara de café especial no dia anterior à pesquisa, o que Hung disse ser um ganho significativo de julho a janeiro. Mais da metade (55%) das pessoas de 25 a 39 anos consumiu café especial ontem, o maior registro de todas as faixas etárias.
Os espressos voltaram aos níveis pré-pandemia: 16% tomaram pelo menos uma xícara de café espresso na semana passada após declínios na pandemia. Já cappuccinos e lattes mantiveram-se estáveis em 17%.
Enquanto os consumidores estão se tornando mais conscientes dos custos, os dados do NCDT não indicam qualquer sensibilidade ao preço na categoria de especialidades. “A boa notícia é que, embora estejamos começando a falar sobre inflação e aumento de preços, os consumidores ainda estão escolhendo cafés especiais”, disse Hung.
O café tradicional – aquele que não é fabricado a partir de grãos ou varietais premium – manteve-se estável em 42%, com pelo menos uma xícara sendo consumida no dia anterior.
E o café fora de casa?
Em 2019, o consumo fora de casa foi de 35%, apresentando queda para janeiro de 2022, batendo 27%. A percepção da própria situação financeira está fortemente relacionada com o consumo de café fora de casa. Pouco mais da metade disse que será mais cauteloso quanto aos gastos nos próximos meses, enquanto um em cada cinco consumidores disse que tem uma perspectiva financeira pior do que há cinco meses.
No entanto, Hung disse que a indústria do café tem uma grande oportunidade de promover o café fora de casa, dada a crescente valorização do grão pelo consumidor. “Ela [a indústria] certamente tem um papel muito maior a desempenhar e um trabalho a fazer saindo da pandemia. Acho que o que está faltando nos últimos dois anos, falando por experiência pessoal, é a conexão social e emocional com o café”, disse a pesquisadora. Para ela, o consumo fora de casa não se recuperará aos níveis pré-pandemia até que mais pessoas retornem ao local de trabalho.
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