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Nova metodologia para avaliação de café solúvel será destaque na SIC

No primeiro dia da Semana Internacional do Café (SIC), 16 de novembro, será apresentado um documento técnico sobre a metodologia (White Paper), uma compilação de todo o trabalho feito com o café solúvel para se estabelecer a classificação do produto. 

“Uma metodologia para avaliar a qualidade do café solúvel torna-se ainda mais relevante num momento em que as indústrias lançam produtos de maior valor agregado, com diferentes características e para diferentes usos, o que inclui desde o preparo de cappuccinos, drinks e outros tipos de bebidas, cápsulas e até o uso culinário. Tudo isso somado à praticidade de se consumir o solúvel. Todo este processo vai possibilitar a criação de uma linguagem comum para avaliar estes cafés, criando referências para o setor, e marca um reposicionamento do solúvel no mercado”, afirma o diretor de Relações Institucionais da entidade, Aguinaldo Lima.

A metodologia é descritiva e avalia a intensidade de características presentes no café solúvel, diz Aline Garcia, Pesquisadora Científica do ITAL. A equipe do Instituto participou ativamente do desenvolvimento da metodologia de avaliação do café solúvel, juntamente com demais integrantes da indústria e especialistas. Aline sugeriu aplicar testes descritivos como o Sorting e CATA para refinar a metodologia e coordenou a interpretação destes resultados em algumas reuniões da equipe envolvida na criação da metodologia.

“O principal questionamento foi desenvolver uma metodologia que se comunique com o consumidor, ou seja, informar as características da bebida para que o consumidor possa fazer a sua escolha”, destaca a pesquisadora.

Eliana Relvas, especialista em avaliação sensorial e consultora da Abics, que coordena este projeto, destaca que essa é uma forma para entender melhor o produto e, principalmente, a aplicação dele, em que os descritores podem ser extremamente positivos para auxiliar a indústria na comunicação com seus clientes. “A comunicação entre as indústrias (grandes exportadoras e fornecedoras das grandes marcas mundiais), consequentemente, serve de base para as empresas que têm contato com o consumidor, para que ele possa tomar sua decisão de compra”, completa. 

Como funciona a metodologia?

Diferentemente da avaliação do café torrado e moído, baseada em pontuações por notas, a metodologia do solúvel apresenta uma avaliação de intensidade de atributos, em uma escala de classificação das características sensoriais, que vai de zero a cinco, e uma classificação principal em três categorias: convencional, diferenciado ou de excelência. “Assim, a metodologia categoriza o solúvel e realça os seus atributos, o que é mais perceptível pelo consumidor em comparação com o sistema de notas”, afirma Aguinaldo Lima.

Foram feitas várias provas de amostras de café solúvel do Brasil e do exterior, durante o processo de desenvolvimento da metodologia. Foi identificada a intensidade dos principais atributos percebidos nas provas, como, por exemplo, notas de especiarias, nozes, chocolate, frutas, entre outras. Elencou-se 15 atributos e, de acordo com sua intensidade, cada um tem seu peso dentro da avaliação. Os dados são inseridos dentro de um sistema e este peso é calculado por meio de um algoritmo, que vai indicar qual a categoria do produto.

“As amostras analisadas mostraram diferentes produtos, mas, ao mesmo tempo, interessantes e complexos. Os cafés solúveis de excelência normalmente são mais doces e ácidos, com poucos amargos ou sem amargos, e que podem ser degustados puros”, explica Eliana Relvas. 

Também conforme ela, os diferenciados são mais complexos para descrição, pois podem conter diferentes notas, como de chocolate e especiarias, e podem ser consumidos com leite, em diferentes misturas, como drinks, ou outras bebidas geladas ou puros.

Já os convencionais são mais “potentes” no paladar, com um sabor mais forte e recomendados para o consumo com leite. Cada categoria tem a sua aplicabilidade.

Os próximos passos envolvem um curso sobre a avaliação do produto também deverá ser administrado a todas as indústrias e cadeias que trabalham com o café solúvel no Brasil. A ideia é formar profissionais para “nivelar” tanto o conhecimento dos clientes nacionais quanto dos internacionais.

Este processo de avaliação, também deverá incluir, futuramente, um selo voluntário indicando a qualidade do produto. “O projeto deve ter continuidade e a estimativa é que, a cada seis meses, seja feita uma calibração da análise das amostras, com a constante prova feita pela equipe, seja presencial ou on-line”, ressalta Eliana Relvas.

Projeto Imagem – Abics e ApexBrasil

Para prestigiar a divulgação e o lançamento da metodologia, a Abics, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), realiza um trabalho de divulgação internacional, denominado “Projeto Imagem”. O projeto deve trazer jornalistas e formadores de opinião de importantes veículos de comunicação do exterior para participar do evento.

Ele engloba, também, a visita de líderes setoriais de organismos mundiais de café, como a National Coffee Association (NCA) e a Specialty Coffee Association (SCA), dos EUA, a All Japan Coffee Association (AJCA), a European Coffee Federation (ECF) e, ainda, o Coffee Quality Institute (CQI), entidade sem fins lucrativos que trabalha internacionalmente em projetos que visam melhorar a qualidade do café e a vida das pessoas envolvidas na sua produção.

A programação completa da Semana Internacional do Café está disponível aqui

Mais informações: abics.com.br

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

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