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Matas de Minas recebe chancela de Indicação de Procedência

Na última terça-feira (15), a região produtora de café Matas de Minas recebeu a chancela de Indicação de Procedência (IP) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O título é fruto do trabalho desenvolvido pelo Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas e do Sebrae Minas na região.

Com a Indicação de Procedência, os cafés cultivados no local poderão ser comercializados com a garantia de origem, que certifica que o produto tem características únicas, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar, em razão de sua origem geográfica específica.

Este é o quarto território de Minas Gerais a receber o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG). O pedido da IG, na modalidade de Indicação de Procedência (IP), foi feito em 2018. A IP refere-se ao nome de um país, cidade ou região conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.

“Este resultado é uma conquista para os 64 municípios integrantes das Matas de Minas. A IP tem um significado imensurável e com certeza colocará nossa região em destaque mundial. Foi um trabalho árduo, feito coletivamente com o Sebrae, produtores e entidades que integram o Conselho. Um reconhecimento da nossa luta diária para melhorar a qualidade do nosso café, sempre com foco na sustentabilidade”, justifica o diretor-presidente do Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, Sebastião de Lourdes Lopes.

Para a analista do Sebrae Minas, Reginamaria Loures, a Indicação de Procedência vem para confirmar a efetividades das ações realizadas há anos pelo Sebrae Minas na região. “Somamos forças em prol do desenvolvimento territorial, trabalhando como articuladores do setor cafeeiro, por meio do apoio à governança local, estímulo à abertura de mercado e fortalecimento da identidade regional. Iniciativas que tem mudado a imagem da região e incentivado o associativismo “, explica.

Desde 2011, o Sebrae Minas realiza o projeto Café das Matas de Minas, com o objetivo de desenvolver a cafeicultura na região. A ação é baseada em quatro pilares: qualidade, identidade, governança e mercado. Busca valorizar o café, organizar as ações dos produtores e estimular o acesso a mercados. A iniciativa inclui ainda ações de capacitação e orientação ao produtor sobre o processo de melhoria da qualidade, governança e identidade.

A região

Matas de Minas está situada em uma área de Mata Atlântica, no leste de Minas Gerais, e compreende cerca de 36 mil produtores de café, responsáveis pela produção de 5 milhões de sacas anuais, 24% do total no estado.

A produção é naturalmente sustentável, marcada pela predominância da agricultura familiar, gerando impacto econômico e social direto e indireto, além de estimular fatores culturais presentes na cafeicultura da região.

Em 2017, foi criado o Selo de Origem Região das Matas de Minas, iniciativa que garante a origem do produto, permitindo a rastreabilidade, definindo o processo de produção e contribuindo para a qualidade do produto.

Ao longo dos anos, o café Matas de Minas recebeu diversas premiações de relevância nacional e internacional, como, por exemplo, os prêmios Ernesto Illy de Qualidade do Café, Concurso Estadual de Qualidade do Café da EMATER, Coffee of The Year, Concurso de Qualidade ABIC e Cup of Excellence, dentre outros.

IGs no Brasil 

Atualmente, o Brasil tem 74 Indicações Geográficas (IGs) registradas. A maioria delas é de pequenos negócios no segmento do agronegócio, muito diferentes entre si e localizadas principalmente no Sul e Sudeste (63%). No caso do café, agora são oito IGs reconhecidas, sendo duas por denominações de origem (Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas) e outras seis por indicações de procedência (Cerrado Mineiro, Alto Mogiana, Norte Pioneiro do Paraná, Oeste da Bahia, Região de Pinhal, Campo das Vertentes e Matas de Minas).

TEXTO Redação • FOTO Alexia Santi

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