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“Já está faltando a origem Brasil nas cafeterias dos Estados Unidos”, diz Marcos Matos, do Cecafé
Declaração foi feita após audiência em Washington; executivo cita disparada nas bolsas, queda de 47% nas vendas aos EUA e avanço da Alemanha como principal destino do café brasileiro
Após a audiência pública na investigação comercial 301 aberta pelo USTR em Washington na quinta-feira (4), o diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, advertiu que a tarifa de 50% imposta pelos EUA ao café brasileiro ameaça agravar a escalada dos preços internacionais. Ele lembrou que o contrato C da bolsa de Nova York saltou de 284,20 para 380 centavos de dólar por libra-peso entre julho e agosto – uma alta de 35%. “O cenário internacional já mostrava preços recordes em Nova York e Londres, e a imposição dessa tarifa de 50% só tende a agravar a situação”, disse, em entrevista a veículos brasileiros.
O executivo defendeu que o café seja reconhecido como recurso indisponível nos EUA, condição que permitiria manter a tarifa zero. “O Brasil é responsável por mais de 30% do café consumido nos EUA, e qualquer restrição impacta diretamente o consumidor americano”, afirmou. Matos também comentou que o café foi “o produto que melhor se estruturou para defender o Brasil da lei 301”.
Matos destacou que as exportações para os EUA caíram 47% em agosto, enquanto, no mesmo período, os embarques para a Alemanha aumentaram 55%, colocando o país europeu na liderança das compras. “A Alemanha tem ampliado suas compras e assumido o posto de principal destino do café brasileiro. Isso mostra a importância da diversificação: não podemos depender de um único mercado, por maior que ele seja”, disse.
E fez um alerta sobre a presença do Brasil no varejo americano: “Já está faltando a origem Brasil nas cafeterias dos Estados Unidos.”





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