Na quarta-feira (3), a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, por meio da Fundaccer em parceria com a Epamig e Embrapa, realizou o primeiro dia da apresentação dos resultados de produtividade da segunda safra do projeto Unidades Demonstrativas de cultivares de café – Região do Cerrado Mineiro.

A apresentação aconteceu através do YouTube, via sétimo episódio do Fala Café. O objetivo do encontro é mostrar a validação, difusão e recomendação de cultivares de café desenvolvidas pelo programa de melhoramento da Epamig com adaptabilidade de produção e qualidade superior de bebida para a Região do Cerrado Mineiro. Dentro do escopo deste projeto estão sendo testadas 12 cultivares em 26 propriedades distribuídas em 12 municípios das Região.

Os convidados apresentaram suas pesquisas de variedades em determinadas propriedades e o resultado em relação a produção e sensorial das que mais se destacaram.

O pesquisador da Epamig, Diego Júnior Martins Vilela, foi o primeiro a se apresentar. Ele analisou as unidades demonstrativas na Fazenda Londrina Monte Carmelo, do proprietário Cesar Jordão.

Diego explicou que o projeto teve início em 2016 e contou com 26 unidades demonstrativas que possuem diferentes microclimas, altitudes e lavouras, tanto em sequeiros, quanto irrigadas.

O objetivo do projeto é analisar o comportamento regional de novas cultivares e compará-las com os relatórios do catuaí vermelho IAC 144, que é referência em produtividade, e o bourbon amarelo IAC J10, que é referência em qualidade da bebida. Foram avaliadas as características sensoriais dos cafés produtivos pelas cultivares e o potencial de melhoria dos padrões de qualidade da Região do Cerrado Mineiro.

O projeto contou com 12 cultivares e instituições de origem, são elas:

Essas são suscetíveis a ferrugem:

1 – Catuaí Vermelho IAC 144 – IAC

2 – Bourbon Amarelo IAC J10 – IAC

3 – Topázio MG 1190 – Epamig

4 – MGS Epamig 1194 – Epamig

Essas são resistentes a ferrugem

5 – Catiguá MG2 – Epamig

6 – MGS Catiguá 3 – Epamig

7 – MGS Ametista – Epamig

8 – Pau Brasil MG1 – Epamig

9 – MGS Paraíso 2 – Epamig

10 – MGS Aranãs – Epamig

11 – Sarchimor MG 8840 – Epamig

12 – IAC 125 RN – IAC

Em 2019 foi analisado a produtividade de cada cultivar; produção; espaçamento da lavoura; análise sensorial, os cafés foram enviados provadores, q-graders, que avaliaram cada um. Para 2020 a ideia é realizar as mesmas análises e seguir desta forma até 2022, tendo assim um perfil de quatro safras.

Fazenda Londrina Monte Carmelo – proprietário Cesar Jordão.

A produtividade das variedades na fazenda, acima da média, da safra 2019, foram as seguintes:

MGS Aranãs – 84,8 (sacas por hectare)

MGS Epamig 1194 – 73,8 (sacas por hectare)

IAC 125 RN – 64,6 (sacas por hectare)

Sarchimor MG 8840 – 62,4 (sacas por hectare)

Catuaí Vermelho IAC 144 – 60,7 (sacas por hectare)

Já em relação a nota sensorial, o ranking com as variedades que se destacaram foram:

Bourbon Amarelo IAC J10 – 86,2

MGS Aranãs – 85

Pau Brasil MG1 – 84,5

MGS Paraíso 2 – 84,3

MGS Catiguá 3 – 84,3

Catuaí Vemelho IAC 144 – 84,3

Sarchimor MG 8840 – 83,7

Em uma média geral da produção de 2019 e 2020 as cultivares em destaque foram: MGS Aranãs – essa foi a mais produtiva em 2019 e teve uma leve queda em 2020, mas segue no ranking de maior produtividade (66 sacas por hectare); na sequência a MGS Ametista (63,4 sacas por hectare) e MGS Paraíso 2 (63 sacas por hectare).

A apresentação foi seguida por Cleiton Oliveira, gerente agronômico da Lallemand, que explicou sobre o manejo Lallemand para o cafeeiro e as interações do microorganismo com as plantas.

A evolução das plantas depende da relação com os microorganismo, que pode ser de 38 mil espécies diferentes, sendo importante para o desenvolvimento delas. Cleiton trouxe os produtos da Lallemand que poderiam ser utilizadas nas lavouras para o combate de doenças e nematoides.

Cleiton explica que para o manejo nematoide e fungo de solo eles trabalham com a combinação de produtos e frequências diferentes de aplicação, como o Quality, Rizos e Onix, tanto na fase de chumbinho, granação e maturação. O objetivo da Lallemand é ter um portfolio e ferramentas que traga soluções para produtor de forma combinada. Para saber mais sobre os produtos acesse o site.

Vinícius Teixeira Andrade, pesquisador Epamig e Consórcio Pesquisa Café, apresentou os resultados na Fazenda Congonhas Patrocínio, do proprietário Lázaro Ribeiro de Oliveira.

O pesquisador reforçou a importância de a informação chegar ao produtor para que ele possa cultivar a variedade ideal na sua propriedade, com menos broca, cigarra, bicho mineiro, que é um dos graves problemas no Cerrado. Segundo ele, o cultivar é uma evolução constante, “a perfeita não existe, o que temos é uma nova menos imperfeita que a anterior”. O ideal do projeto é o teste que irá gerar uma base de recomendações para cada tipo de solo e com isso, o melhor desempenho.

Lázaro Ribeiro tem na sua fazenda uma altitude de 940 metros, irrigação por gotejo e um espaçamento de 3,8 x 0,6 m. O processo de avaliação foi o mesmo apresentado por Diego.

Na Fazenda de Lázaro aos cultivares que apresentaram melhor produtividade em 2019 foram:

MGS Paraíso 2 – 96,8 (sacas por hectare)

MGS Epamig 1194 – 86,3 (sacas por hectare)

Sarchimor MG 8840 – 80,6 (sacas por hectare)

Catuaí Vermelho IAC 144 – 77,1 (sacas por hectare)

MGS Aranãs – 71,9 (sacas por hectare)

Em relação a nota sensorial, os seguintes se destacaram:

MGS Paraíso 2 – 85,2

Sarchimor MG 8840 – 84,3

MGS Epamig 1194 – 84,3

MGS Aranãs – 84,2

Pau Brasil MG1 – 84

Já na comparação 2019/2020 em relação a produtividade de sacas por hectare, o destaque vai para MGS Paraíso 2 (79,4); Sarchimor MG 8840 (78,2); MGS Epamig 1194 (68,9).

Por último, Giovani Belutti Voltolini, que é doutorando da Ufla/Epamig, apresentou sobre a Fazenda São João Varjão de Minas, Proprietário Grupo DB e o produtor é o Décio Bruxel.

A fazenda conta com uma altitude de 950 metros, irrigada por gotejo, espaçamento 3,8 x 0,75m.

Em relação a produtividade de sacas por hectare, de 2019, o destaque fica com:

Topázio MG 1190 – 81,2

MGS Paraíso 2 – 74

MGS Epamig 1194 – 69,5

MGS Aranãs – 54,6

Já sobre as notas sensoriais na safra 2019 a lista é:

MGS Paraíso 2 – 85,8

MGS Epamig 1194 – 85

Pau Brasil MG 1 – 84,5

Catuaí Vermelho IAC 144 – 83,7

Topázio MG 1190 – 83,2

Ao agrupar os dados de 2019 e 2020 Giovani conclui que a produtividade na Fazenda São João – Varjão de Minas, de sacas por hectare a média das cultivares em destaque foram Topázio Mg 1190 (76,7); MGS Paraíso 2 (68,9); MGS Epamig 1194 (63,7);

Todas as pesquisas foram realizadas em dois anos de colheita e o objetivo é seguir até 2022, encerrando o ciclo de quatro colheitas. A expectativa dos pesquisadores é construir com precisão uma recomendação de cultivares para as microrregiões do Cerrado Mineiro.

A apresentação completa está disponível no YouTube. Clique aqui para assistir. 

Hoje (4) haverá a segunda parte do evento com a seguinte programação:

19h às 19h10: Estação 1 – Abertura

19h10 às 19h30: Estação 2 – Unidade demonstrativa Fazenda Espigão do Palmital – Proprietário Gil Cesar de Melo

Apresentação – César Elias Botelho – Pesquisador EPAMIG.

19h30 às 19h50: Estação 3 – A Gigante Lallemand – Manejo e Leveduras

Apresentação – Matheus Botelho – Gerente Regional de Vendas Brasil

19h50 às 20h10: Estação 4 – Unidade demonstrativa Fazenda Duas Ponte Patrocínio – Proprietários Alessandro Brandão e Walter Oliveira Júnior

Apresentação – João Paulo Felicori Carvalho – Consultor do Projeto Unidades Demonstrativas

20h10 às 20h20: Encerramento – Apresentação vídeo com recomendações dos produtores de cultivares que mais estão se destacando em cada uma das cinco unidades