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Diversidade no mercado de cápsulas
A praticidade no preparo do café em cápsula conquistou de vez os brasileiros. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), há cinco anos, o consumo de café em cápsulas cresceu de 40% a 50% ao ano. Depois, a média anual passou a ser de 9%. O diretor-executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, explica que o crescimento é menor, mas mostra que é uma categoria que cresce mais do que o café como um todo, que é de 3,5% ao ano.
Para Nathan, a cápsula possui uma forma de preparo com praticidade, conveniência e qualidade. “Em menos de um minuto e com apenas um toque de botão, prepara-se café de maneira correta (água na temperatura certa e quantidade de pó ideal) e com a qualidade preservada”, afirma.
Uma das primeiras marcas a trazer a cápsula para o Brasil foi a Nestlé. A Nespresso se tornou um case de sucesso com sua máquina e diversas cápsulas de café gourmet vendido em boutiques próprias. Em 2009, chegou ao mercado a Dolce Gusto, com bebidas à base de café, capaz de produzir espresso, cappuccino e chocolate quente para toda família, de fácil acesso e compra direto no grande varejo.
Com o sucesso das cápsulas, claro que muitas marcas passaram a investir neste segmento, como: Illy, Kaffa, Santa Monica, Suplicy Cafés Especiais, Astro Café, Café do Centro, Graníssimo Café Pelé, Mitsuo Nakao, Orfeu, Baggio, Octávio Café, entre outras.
Novidade do mês
A mais recente a entrar neste mercado é a multinacional alemã Melitta, especialista em café e presente no Brasil há 50 anos. Na semana passada, a empresa anunciou sua entrada no mercado de cápsulas compatíveis com o sistema Nespresso.
A marca estreia nesse segmento com cinco versões de blends (Ristretto, Marcato, Staccato, Audacce e Tenuto), divididos em três diferentes grupos de perfis aromáticos: intensos, equilibrados e frutados.
Com fabricação nacional, em uma linha de produção exclusiva na unidade da Melitta em Avaré (SP), as cápsulas são feitas com um material que impede vazamento, passagem de luz e oxigênio, e já podem ser encontradas nos principais pontos de venda de todo o estado de São Paulo. Até o final do ano a distribuição acontecerá nas demais regiões do país.
Outras marcas
O Grupo Utam lançou, a cerca de cinco anos, sua marca de cápsulas. Segundo a executiva do Grupo, a criação inicial das opções de mono origens de café foi a estratégia encontrada pela empresa para oferecer aos consumidores sabores típicos daqueles países, que apresentam tradição na qualidade do café. “Nossa intenção foi valorizar a cultura do café pelo mundo, hoje tão em alta. Percebemos uma grande demanda na procura por esse tipo de café gourmet diferenciado, principalmente pelos sabores internacionais”, destaca Ana Carolina.
Na semana passada, na feira Fispal Café, em São Paulo, o Grupo lançou o café monoorigem Etiópia, composto por cafés da República Democrática Federal da Etiópia. Além dele, a marca já conta com quatro opções com as origens: Brasil (edição limitada), Colômbia, Timor e Guatemala, além dos seis tipos de blends: Intenso, Extraforte, Bourbon, Classic, Gourmet e Descafeinado. As cápsulas Utam são compatíveis com a máquina da Nespresso.
L’OR
A L’OR, linha francesa de cafés super premium da multinacional Jacobs Douwe Egberts (JDE) – mesma fabricante de marcas como Pilão, Damasco e Café Pelé – trouxe para o mercado brasileiro cápsulas com seis sabores, compatíveis com a máquina da Nespresso e que estão à venda nas grandes redes de supermercado. Todo o processo de seleção e industrialização dos grãos do Café L’OR acontece no Brasil, seguindo padrões de qualidade. Já as cápsulas de alumínio são produzidas na França.
Três Corações
Se antes 100% das cápsulas eram importadas, hoje em dia, com as fábricas que se instalaram no Brasil, a importação diminuiu bastante. Na Três Corações, por exemplo, o café produzido e torrado aqui era enviado para a Itália. Lá, ele era encapsulado e depois era importado pelo Brasil. No ano passado, porém, a empresa começou a fabricar as cápsulas em Montes Claros (MG), fazendo com que a importação e a exportação não sejam mais necessárias. Desde então, toda a linha de espressos é produzida no Brasil. Além de café, a Três Corações produz outras bebidas encapsuladas, totalizando 22 sabores. A marca conta com máquina própria.
Delta
A Deltaexpresso, em parceria com a Delta Cafés, apostou na flagship da Deltaexpresso Coffee Convenience Store, em São Paulo, que agrega blends selecionados de várias partes do mundo e conveniência com venda de produtos dedicados ao consumo e preparo da bebida (em grãos, moídos e cápsulas), máquinas de espresso portáteis e acessórios como xícaras e canecas.
Nas unidades da Deltaexpresso é possível tomar os cafés em cápsulas da Delta Q. No que se refere ao consumo das cápsulas, segundo a empresa, nas unidades da rede Deltaexpresso (em âmbito nacional), até o momento a rede faturou mais de R$ 63.000 em cápsulas. Esse número corresponde a mais de 168 mil cápsulas vendidas. Uma média de 33 mil cápsulas vendidas por mês. O consumo nas lojas, neste mesmo período, foi de mais de 11.590 doses de espressos Delta Q.
Reciclagem
Nas cápsulas tradicionais, de alumínio e plástico, as quatro líderes do mercado Nespresso, Dolce Gusto, Pilão e Três Corações contam com programas de reciclagem.
A Nespresso possui uma estrutura própria para separar os materiais e destinar os subprodutos. O consumidor entrega as cápsulas em um dos 42 pontos de coleta nas lojas ou devolve em serviços de entrega. As cápsulas são enviadas para um centro de reciclagem. Alumínio vira de novo alumínio e café vira adubo orgânico. A empresa diz que reciclou, em 2017, 13,3% das cápsulas vendidas, contra 8,6% em 2016.
A Dolce Gusto tem pontos de coleta em lojas do Pão de Açúcar, em cidades como São Paulo, Campinas e Rio.
A Pilão, que embala suas doses únicas em cápsulas de plástico e alumínio, participa de um programa de reciclagem desenvolvido pela empresa TerraCycle desde novembro de 2017. Até o início desta semana, o programa registrava recebimento de 20 mil cápsulas. Para participar, o consumidor deve enviar o material pelo correio.
A Três Corações começou a ação de reciclagem em abril de 2017 nos estados de São Paulo e Ceará, em pontos de coleta. O plano é ter coleta em outras capitais do Brasil. Eles fizeram uma parceria com a Recycling Development e os produtos descartados são transformados em objetos, como coletores, cantoneiras, telhas e até bases/estrados para uso em unidades fabris do grupo.
CONSUMO
– O café em cápsula tem validade aproximada, dada pelo fabricante, de 18 meses em embalagem fechada.
– Após aberta a embalagem, deve ser utilizada em até 30 dias, segundo fabricante.
– A quantidade de café nas cápsulas varia entre 5 a 7 gramas, conforme a marca.
– As cápsulas devem ser guardadas em ambiente fresco e seco.
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