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Conab eleva estimativa e prevê safra de 56,5 milhões de sacas de café em 2025
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a projeção da safra brasileira de café em 2025 e estima agora 56,5 milhões de sacas beneficiadas, alta de 4,3% frente a 2024. O avanço ocorre apesar da bienalidade negativa do arábica e de episódios de seca e calor que afetaram a florada e a granação em parte do cinturão produtor.
O aumento é sustentado pela forte recuperação do café conilon (canéfora), cuja produção deve alcançar 20,8 milhões de sacas, crescimento de 42,1% e produtividade média de 55,9 sc/ha. O desempenho é puxado por condições climáticas mais favoráveis e uso de irrigação.
No caso do arábica, a estimativa é de 35,8 milhões de sacas, retração de 9,7%, reflexo da bienalidade negativa e de um ciclo 2024/25 marcado por estiagens longas, floradas irregulares e grãos menores em importantes regiões mineiras e paulistas.
A área total plantada com café no país chega a 2,26 milhões de hectares, ligeira expansão de 0,9%, sendo 1,86 milhão ha em produção e 396,4 mil ha em formação. A produtividade média nacional sobe para 30,4 sc/ha, alta de 5,5% em relação ao ano anterior.
Entre os estados, a Conab destaca comportamentos contrastantes:
- Minas Gerais, maior produtor do país, deve colher 25,8 milhões de sacas (-8,3%), impactado pela bienalidade e por déficit hídrico;
- Espírito Santo sobe para 17,5 milhões de sacas (+25,8%), impulsionado pela explosão do conilon;
- Bahia avança 44,6%, chegando a 4,4 milhões de sacas, com alta produtividade das novas lavouras em produção nas regiões do Atlântico do Cerrado Baiano;
- São Paulo recua para 4,7 milhões de sacas (-12,9%), devido à bienalidade baixa e ao clima;
- Rondônia cresce 10,8%, alcançando 2,32 milhões de sacas de robustas amazônicos.
No comércio exterior, a Conab registra que, de janeiro a outubro, o Brasil somou US$ 12,9 bilhões em exportações de café, superando o valor total exportado em 2024. O volume embarcado, porém, caiu para 34,2 milhões de sacas, reflexo da oferta interna mais restrita após o recorde de 2024. Mesmo com oscilações provocadas pelo tarifaço imposto e depois revogado pelos EUA, o país segue como principal destino do café brasileiro.
O boletim destaca ainda que estoques mundiais, no entanto, permanecem nos menores níveis em 25 anos — fator que mantém o mercado sensível a choques climáticos e pode sustentar preços firmes no curto prazo.





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