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Com expansão em SP, Café Cultura prevê faturamento de R$ 100 mi em 2025
Luciana Melo, CEO e sócia-fundadora da rede de cafeterias, pretende inaugurar mais dez unidades na capital paulista até o final do ano
Por Gabriela Kaneto
Com uma história de 20 anos, o Café Cultura, de Florianópolis, ultrapassa fronteiras ao explorar novos mercados. São mais de 5 milhões de xícaras comercializadas ao ano e, com os novos investimentos de R$ 4 milhões, a projeção da rede de cafeterias é de fechar o ano na casa dos R$ 100 milhões de faturamento.
Ao todo, são 45 unidades em funcionamento, espalhadas por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Inauguradas entre setembro de 2024 e fevereiro deste ano, as unidades paulistas – duas no interior, em Campinas e Piracicaba, e duas na capital, nos bairros de Moema e Vila Nova Conceição – são o pontapé de um plano maior.
Em entrevista à Espresso, a CEO e sócia-fundadora, Luciana Melo, fala sobre as expectativas com as inaugurações deste ano, os planos de avanço para outros estados e como a rede de cafeterias se mantém atrativa mesmo depois de duas décadas de atividade.
Espresso: O que motivou a escolha de São Paulo como novo mercado para a rede? Quais são as expectativas de crescimento para 2025?
Luciana Melo: O mercado de São Paulo é o principal mercado do Brasil e sempre esteve dentro do nosso planejamento. O que a gente entendia é que a rede tinha que ser forte e consolidada para enfrentar este mercado. Estávamos esperando a hora certa para entrar. As expectativas de crescimento são muito boas e já temos novas lojas em implantação. Nos próximos três meses, devem começar a pipocar as inaugurações. Mas acreditamos que, até o final do ano, vamos estar com mais dez lojas na capital.
E: Além de São Paulo, outras cidades estão no radar para os próximos anos?
LM: A gente segue crescendo organicamente na região Sul, onde temos lojas que vão inaugurar em Joinville. Seguimos crescendo nas praças onde já somos referência e, consolidando São Paulo de forma mais estratégica, vamos olhar para outros estados, como Espírito Santo, Minas Gerais e Distrito Federal. Então, começamos a subir um pouquinho mais no mapa.
E: O consumo de cafés especiais cresce no país. Como o Café Cultura tem aproveitado essa tendência para atrair novos clientes?
LM: Nós somos pioneiros no café especial no Brasil e continuamos fomentando o mercado através da educação. Levamos para o ponto de venda a questão da torra, por exemplo. Na loja de São Paulo, temos uma área chamada circuito do café, onde nós mostramos que somos o café especial. Nas lojas continuamos fortalecendo sempre o café em pacote, os métodos e outras formas de preparo, como o drip coffee. Tivemos o lançamento do cold brew já reformulado em um ready-to-drink, uma garrafinha que pode ser levada na bolsa. Adoramos tendências e estamos sempre de olho em como podemos apresentar isso ao consumidor.
E: O preço do café no mercado tem oscilado bastante. O Café Cultura tem sentido dificuldades para manter sua cadeia de fornecimento devido ao custo do grão?
LM: Dificuldade em manter a cadeia de suprimentos, não. Mas tivemos dificuldade em manter o preço. Fizemos um repasse de preço, mas não os 170% que subiu a saca de café.
E: Muito se fala sobre sustentabilidade e, quando falamos de café, tratamos de origem, clima, ESG etc. Como o Café Cultura trabalha esses temas?
LM: Todo produto que compramos tem origem, tem rastreabilidade. As fazendas parceiras são sustentáveis. Não só exigimos os selos como visitamos as propriedades. E tudo que vem desta cadeia nós reutilizamos. Todos os sacos de café, de juta ou de papel, nós reutilizamos em decoração. Toda a casca que é gerada nos torradores vai para a compostagem. Itens como bandejas e pratos de bolo são feitos com madeira de poda de café. Tudo que podemos olhar para o café, para o produto, nós reutilizamos aqui dentro ou na sua própria origem. Também olhamos muito para as mulheres no campo. Além do blend Delas, em que trazemos a história de uma mulher que está à frente de uma fazenda, nossa principal fazenda é comandada por uma mulher. Sempre olhamos para essa cadeia das “cafezeiras”.
E: Quais as projeções de faturamento do Café Cultura para 2025?
LM: A projeção é fecharmos o ano na casa dos R$ 100 milhões. Esperamos um crescimento expressivo com as novas unidades. O Rio de Janeiro já mostrou um potencial maior do que temos hoje de consumo aqui na região Sul. E São Paulo também já vem mostrando isso.
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