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Chocolateiras contam a cena tree to bar e bean to bar em livro

Nos livros sobre chocolate, é comum que imperem os processos de manufatura e receitas com o produto. Não é o que acontece no recém-lançado Onde Cresce o Chocolate. Na obra coletiva, escrita por mulheres importantes na cena do chocolate brasileiro, o que prevalece é a divulgação de toda a cadeia produtiva – das amêndoas de cacau ao negócio do chocolate, com boas referências bibliográficas e uma introdução que privilegia contextos.

Mais do que isso, porém, está-se construindo conhecimento sobre cacau e qualidade, que termina na degustação correta dos chocolates finos. A começar pelo alerta necessário de que o que é denominado chocolate nem sempre é o que deveria, de fato, ser – a legislação alimentar brasileira, geralmente permissiva, exige que o produto possa conter apenas um quarto da matéria-prima, qualquer que seja a sua qualidade.

As autoras do livro – as chocolateiras Arcelia Gallardo, da Mission Chocolate, e Gislaine Gallette, da Gallette Chocolates; as cacauicultoras e fazedoras de chocolate Juliana Aquino, da marca Baianí, e Claudia Gamba, da marca Mestiço, ao lado da consultora na área Luciana Monteiro (Ara Cacao), da pesquisadora da EACH/USP Mariana Bueno e de Zélia Fragoni, especialista no produto e desenvolvedora de websites – também discorrem sobre um cacau de origem brasileira, algo praticamente invisível nos livros estrangeiros, e compartilham as práticas bean to bar e tree to bar, o que torna o livro mais interessante. Um pouco deste movimento da semente à barra está no capítulo 4, dos dez que a obra traz.

Tem receitas? Claro que tem. Tem também vassoura-de-bruxa, que devastou as plantações na década de 1990, o complexo fenômeno de fermentação, os trabalhosos processos de secagem e avaliação
das amêndoas e o detalhado fazer do chocolate, a partir de uma escolha acertiva do cacau.

Livro “Onde Cresce o Chocolate”
Edição das autoras – R$ 159 na chocolatrasonline.com

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

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