Personagens

Camila Arcanjo: “As pessoas precisam saber quão diferente e especial são esses cafés”

Não gostava de café, mas trabalhava em um laboratório de análise sensorial, no ITAL, e recebíamos produtos variados, desde chocolates a molho de tomate, além de produtos de cuidado pessoal para serem analisados sensorialmente, com técnicas diversas, seja por especialistas, assessores treinados ou consumidores, e o café era um deles.

Minha professora Emilia Mori (sim, trabalhei no mesmo local em que me formei como técnica em alimentos), estava precisando que mais avaliadores de café fossem treinados. A partir daí, um elo muito especial foi se formando.

Alguns anos depois, sediamos um dos principais concursos de qualidade de café, o Cup of Excellence, e, por sorte, teve um workshop ministrado pelo George Howell e o grande professor Silvio Leite, com cafés de várias partes do mundo. Foi aí, provando algumas dessas amostras, que o elo se formou por completo. Pensei: “As pessoas precisam saber quão diferente e especial são esses cafés”. Levei várias amostras que sobraram para casa e chamei muitos amigos e a minha família para tomá-las. 

A partir daí, minha dedicação foi praticamente com pesquisas na área de análise sensorial. Graduei em Química e meu mestrado é em Análise Sensorial, ambas na Unicamp. Passei por várias áreas dentro da cafeicultura. Hoje coordeno o laboratório de avaliação de cafés e produtos com café e o Campus Training SCA do Sindicafesp. Ainda divido meu tempo como pesquisadora no Instituto de Física da USP (Embrapii). 

Temos um período curto de aprendizado, nunca saberemos muitas coisas de um único assunto, mas o importante é começar e jamais estancar o aprendizado. 

Camila Arcanjo, pesquisa e avaliação de cafés no Sindicafé – Campinas (SP) @camila_archanjo 

Deixe seu comentário