Mercado

Atenção, empresários! Dicas para atrair o consumidor nessa reabertura dos negócios

Após meses fechado, o comércio de São Paulo vem, aos poucos, retomando suas atividades. Com diversas restrições e recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Plano São Paulo foi divido em cinco níveis de abertura econômica. Cada região retoma as atividades em determinados setores, de acordo com a fase em que se encontra.

Além da questão de segurança, os comerciantes enfrentam outro obstáculo nesse novo cenário: fazer com que o consumo retome. O advogado e economista Alessandro Azzoni explica que o País vive atualmente um superávit da caderneta de poupança, com registro de R$ 30 bilhões em abril e R$ 37 bilhões em maio, acumulando 67 bilhões (entre saques e depósitos), o que é um indicativo de que a população está com medo de gastar e guardando mais dinheiro. Ainda de acordo com ele, a economia tende a um estado de estagnação muito grande, com um cenário muito difícil até o fim do ano.

Em relação às cafeterias, o advogado Victor Cerri, afirma que infelizmente foi um ramo muito abalado. “Imagino que o consumidor de café especial sente saudade de toda a experiência que ele encontrava nas cafeterias. Imaginar que isso irá se restabelecer rapidamente é uma utopia, os empresários terão que se reinventar”, explica.

Uma opção seria a ideia do to go como uma alternativa pontual para minimizar os efeitos negativos causados pela Covid-19. “Outra ideia seria pensar na mesma solução que outros países apresentaram, com divisórias plásticas para diminuir o contato entre o funcionário e o cliente, o deixando mais confortável. Importante estimular de alguma forma o consumidor a comprar os produtos em pó ou grão para equilibrar o negócio”, completa.

Segundo o Sindicato dos Lojistas de São Paulo, o comércio paulista teve um fluxo de 10 a 20% do movimento normal nos primeiros dias. Já no Ceará, onde bares e restaurantes também foram liberados com restrições, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do estado (Abrasel) aponta que apenas 40% dos estabelecimentos conseguiram voltar logo nos primeiros dias da retomada. No Rio de Janeiro, o Sindicato de Bares e Restaurantes aponta que, apesar da reabertura permitida desde o início de julho, cinco em cada 10 bares acreditam que vão demitir funcionários após a pandemia.

Guilherme Satoru, chef e fundador da Satoru Food Service Consulting, empresa que propõe aumentar a produtividade nas cozinhas e evitar desperdícios de alimentos, acredita que o momento agora é de retomada, não só do comércio, mas também da confiança dos consumidores. “Momentos de baixíssimo faturamento como este exigem esforços ainda maiores para que o cliente se sinta seguro em sair de casa para consumir. Para isto, é fundamental o comerciante investir na higienização constante no estabelecimento e promover campanhas nas redes sociais para estreitar relações com seu público”, afirma.

Guilherme também destacou algumas dicas para os estabelecimentos, como:

Organizar trajeto casa-emprego-casa dos funcionários

Com o objetivo de evitar maior exposição dos colaborares ao vírus, todo o trajeto que será realizado entre os funcionários deverá ser bem organizado e administrado pelo proprietário. Portanto, é importante mapear os meios utilizados por eles para chegar nas empresas e orientar quais os cuidados que devem tomar. Uso de máscara e higiene sempre.

Redobre os cuidados com higiene

Saber conduzir todo o processo de venda, preparo do alimento e a entrega – seguindo as recomendações sanitárias – sempre foram e continuarão sendo obrigatórios para as vendas e aumento da confiança do cliente. Entre as medidas, estão: a correta higienização das mãos antes e depois da entrega, e também da máquina e do cartão após o uso. Outra forma é permitir a entrada controlada de um cliente por vez, criar um cardápio online e medir a temperatura dos consumidores antes da entrada.

Promover mudanças na estrutura interna do estabelecimento

Os locais terão que se adaptar à nova realidade e proporcionar maior espaçamento entre as pessoas, evitando aglomerações. É possível determinar limite máximo de 4 pessoas por mesa, contar com um divisor de acrílico no balcão de atendimento e manter as janelas sempre abertas.

Agendamento

Ofereça horários que garantam o cumprimento dos procedimentos de segurança propostos. Além de proporcionar maior distanciamento entre os consumidores, o agendamento promove uma boa experiência ao cliente, que se sente mais seguro em ambiente com maior controle.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

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