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Traders de café buscam adiantamento em negócios com a Rússia

Traders de café estão buscando pagamento antecipado em qualquer novo acordo para vender grãos para a Rússia, já que as sanções ocidentais atingem o sistema financeiro do sexto maior importador do mundo.

O Brasil, maior exportador mundial, é fornecedor número 1 da Rússia e traders disseram que adicionaram o país a uma lista de destinos arriscados e sancionados que exigem pagamento antecipado, incluindo Síria, Líbano e Irã.

Três traders de café com sede na Europa disseram que não aceitariam novos pedidos de fornecimento de torrefadoras russas, acrescentando que os negócios diminuíram de qualquer forma com a queda do rublo russo.

A invasão russa na Ucrânia – o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial – desencadeou uma resposta política, estratégica, econômica e corporativa do Ocidente sem precedentes em sua extensão e coordenação.

“Muitas incertezas agora em termos de capacidade de pagamento, então novos negócios apenas com 100% de pagamento adiantado”, disse o corretor de café Thomas Raad, dono de uma empresa comercial que envia regularmente para destinos arriscados.

José Marcos Magalhães, chefe da cooperativa de café Minasul, explicou que o pagamento antecipado será exigido em qualquer novo pedido para a Rússia, um cliente regular. Acrescentou, ainda, que a cooperativa também precisa de garantias em relação ao transporte, já que as linhas de contêineres estão restringindo as entregas para a Rússia desde a invasão da vizinha Ucrânia.

Thomas Raad disse que está atualmente negociando com um comprador russo, enviou amostras de café para aprovação, mas ainda não discutiu o pagamento.

O SWIFT, o sistema internacional de mensagens bancárias usado para transferências, informou, na semana passada, que estava aguardando instruções sobre quais bancos russos deveriam ser desconectados do sistema sob as sanções.

O Conselho de Exportadores de Café do Brasil, Cecafé, apontou que as mudanças no SWIFT certamente podem afetar as transações, mas a situação ainda não está clara. Segundo o comunicado a Rússia comprou 1,2 milhão de sacas de café brasileiro em 2021 avaliadas em US$ 177 milhões.

TEXTO Reuters. Tradução Juliana Santin • FOTO Redação

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