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Juliana Ganan: “A cadeia do café especial é uma oportunidade para trazer práticas justas aos envolvidos”

Meu pai era produtor de café commodity, que sempre foi o ganha-pão da nossa família. Depois que ele faleceu, arrendamos a fazenda e eventualmente cada filho seguiu seu rumo. Entrei em contato com o mundo dos cafés especiais quando morava fora, nos Estados Unidos, e desde então não parei de estudar, provar e voluntariar em assuntos relacionados à área.

Trabalhei como barista em uma torrefação de Amsterdã, na Holanda, e fiz curso de torra em Berlim, na Alemanha. Depois voltei para o Brasil, em 2016, para fundar a Tocaya Torradores de Café, onde torramos cafés especiais (em sua maioria da Mantiqueira, onde estamos localizados), mas também de outras regiões, como Caparaó e Montanhas Capixabas.

Acreditamos que informação é poder e toda compra é um ato político, por isso, procuramos sempre trazer a história por trás dos cafés que comercializamos até o consumidor, para que ele também se sinta parte do processo como um todo.

Acredito que o café é uma das ferramentas que temos para trazermos luz aos sistemas que gerem a cadeia produtiva de alimentos do nosso país. E, mais especificamente, a cadeia do café especial – quando gerida por pessoas que realmente querem fazer a diferença e têm senso de empatia e escuta voltados para os outros elos da mesma cadeia – é a oportunidade que temos para trazer à tona práticas comerciais, ambientais e laborais mais equitativas e justas para os atores envolvidos. Além de ser muito gostoso, claro.

Juliana Ganan, torrefadora na Tocaya Torradores de Café – Itajubá (MG) @atocaya

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