A Emirati Coffee, torrefadora de cafés especiais com sede em Dubai, está com planos de expandir suas operações para a Arábia Saudita e a China no próximo ano, introduzindo produtos de produção em massa que competiriam com os gigantes do café já nas prateleiras.

O consumo de café na China está aumentando, especialmente entre a geração jovem, que vê a bebida mais alinhada à “cultura pop” de hoje, disse Mohamed Ali AlMadfai, CEO da Emirati Coffee. A torrefadora trabalha diretamente com fazendeiros e produtores de café de 30 origens. Agora, AlMadfai está procurando trabalhar também com os cafeicultores chineses.

“Há um crescimento anual de 30% na indústria do café na China e os chineses estão investindo cada vez mais na cultura cafeeira. Por terem acesso à tecnologia a um preço mais baixo quando comparados à América Latina, os produtores chineses conseguem se destacar em seus métodos de cultivo e processamento com mais rapidez”, explicou o CEO. “Achamos que é o momento certo para entrar no mercado chinês e o momento certo é o fator mais importante para o sucesso de qualquer negócio”, completou.

AlMadfai disse que está atualmente em negociações com potenciais investidores de valor que estariam alinhados com a visão da Emirati Coffee, “permitindo-nos imitar nossos canais de operação nos Emirados Árabes Unidos na China”. Ele disse que sua ambição é ser a primeira PME dos Emirados a abrir o capital no mercado chinês.

Fundada em 2017, a Emirati Coffee é uma empresa verticalmente integrada que torra seu café especial a partir de sua torrefação de 4 mil pés quadrados em Al Quoz e o fornece a 160 cafeterias em toda a região. Atualmente, está trabalhando para expandir sua vertical de varejo com um conceito de café chamado Nowhere, a ser lançado na Arábia Saudita até o final do ano.

“A Arábia Saudita era uma opção óbvia. Eles são nosso maior vizinho e maior mercado na região. Seu poder de compra é extremamente alto e a confiança do consumidor é alta. Por fim, o café especial, que é o nosso setor, está indo muito bem na Arábia Saudita”, disse AlMadfai.

A indústria do café está crescendo em todo o Oriente Médio e deve expandir para US $ 44 bilhões até o final de 2021, de acordo com a Euromonitor International, com vendas crescendo duas vezes acima da média global.

AlMadfai vê potencial em nutrir e apoiar os 500 cafeicultores de Jazan, na Arábia Saudita, apesar de serem agricultores de gerações com métodos tradicionais de produção. “São agricultores de gerações e, portanto, poucos estão interessados ​​em produzir um café melhor e menos ainda estão aplicando algumas das técnicas corretas. Além disso, eles não têm recebido o apoio de que precisam. É uma pena, honestamente, mas há muito potencial e vejo que Jazan no futuro pode ter um grande potencial na indústria”, afirmou.

A Emirati Coffee também planeja aumentar sua presença nos Emirados Árabes Unidos com o lançamento de sua primeira boutique principal no YAS Mall de Abu Dhabi. A boutique servirá como ponto de distribuição da empresa no Emirado, ao mesmo tempo em que aumenta sua vertical Business to Consumer. A SME apresentará produtos como cápsulas de café especiais e cafés instantâneos, que, segundo ele, iriam competir com empresas como a Nestlé nas prateleiras.