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Produtor do Vale do Café, no RJ, tem saca arrematada por mais de R$ 11 mil
Mariana Proença, diretamente do Rio de Janeiro
Em resgate histórico da região do Vale do Café, produtor tem lance recorde para o concurso que completou a terceira edição
Nesta tarde, 30 de novembro, foi anunciado o resultado do III Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro. Cafés das regiões produtoras fluminenses conquistaram as finais do certame e tiveram destaque na mesa de cupping realizada no Palácio Guanabara.
Às cegas, cafeterias, torrefações e indústrias locais e nacionais provaram os cafés e puderam dar lances em leilão durante o evento.
Em 1º lugar na categoria natural ficou o produtor Paulo Roberto dos Santos, da Fazenda Florença, coroando um trabalho de qualidade iniciado em 2014 na região do Vale do Café com as antigas propriedades que produziam café no Estado. Localizada em Conservatória, a Fazenda retomou o plantio de café em 2017, com variedades novas e sob orientação da Universidade Federal de Lavras (UFLA) com a coordenação do professor Flavio Borem.
O projeto coordenado pelo Sebrae RJ tem o objetivo de revitalizar o Vale do Café, região histórica que foi responsável pelo produção de 75% do café do mundo.
Com muita emoção o produtor recebeu o prêmio e teve sua saca arrematada por R$ 11.500 pela Café Capital – indústria e cafeteria da cidade – que disputou lance a lance com o Supermercado Zona Sul. No fim, Luciano Inácio, da Capital, deu o maior lance:
“Extrema emoção pois a Fazenda Florença foi uma tradicional produtora de café no século XIX e ficou quase 80 anos sem produzir café. E agora foi coroada com essa premiação”, fala Paulo Roberto.
Com 36 amostras, os produtores da região Serrana, Noroeste e do Vale do Café tiveram seus cafés da safra 2019/2020 provados por um time de Q-Graders da Academia do Café, em Belo Horizonte, em seleção prévia. Os 10 melhores foram conhecidos em cerimônia no Palácio Guanabara e, os cafés, participaram de leilão com torrefações, cafeterias e indústrias locais.
Segundo Moacyr Carvalho, presidente da Associação de Cafeicultores do Rio de Janeiro (Ascarj), hoje são 2.600 produtores de café no Estado que já foi o maior produtor do mundo. Em média são 50 hectares de pequenos cafeicultores, familiares e que produzem um total de 386 mil sacas/ano.
Todos destacaram o potencial de consumo de café do Estado do Rio de Janeiro e a importância do investimento em qualidade para ampliar o mercado e agregar valor ao produtor, inclusive citado pelo novo Secretário de Agricultura do Estado, Marcelo Queiroz.
Reforçando o perfil do cafeicultor do Estado, o 1º lugar da categoria Via Úmida foi Paulo Ricci, da região do Noroeste do Estado, da cidade de Porciúncula, a quinta geração da família no café no Sítio Santa Reginalda e Bom Jardim. Com 23 hectares, Paulo explica que está desde que nasceu no café e que agora passa para o filho, Tiago, a responsabilidade da produção de qualidade, que começou em 2003.
O produtor teve a saca arrematada por R$ 6.500 em um coletivo de cafeterias: Beco do Café, Ás Café Ipanema e Academia do Café, que ficarão cada um com 20 kg do grão premiado.
Para Bruno Souza, coordenador do concurso e proprietário da Academia do Café, os cafés estavam muito complexos e os finalistas tiveram notas acima de 82 pontos. “Os produtores do Rio de Janeiro estão de parabéns e esse é um trabalho muito importante. É prazeroso ter esses cafés expressivos e de qualidade excepcional”.
Os demais café finalistas foram leiloados com valores altos, com média de R$ 4.000 a saca.
Resultado Final:
Via Úmida
1º lugar: Paulo Henrique Ricci (Sítio Santa Reginalda e Bom Jardim – Noroeste – Despolpado – 85,56 pontos)
2º lugar: Fabiano Antonio de Oliveira Rodolphi (Sítio Vai e Volta – Noroeste – Desmucilado – 84,81 pontos)
3º lugar: Enio Geraldo Marteline Neles (Fazenda São Mamede – Noroeste – Despolpado – 84,75 pontos)
4º lugar: Everaldo Tardin Erthal (Fazendinha Bela Vista 1 – Serrana – Descascado – 84,38 pontos)
5º lugar: Alyne Silva de Almeida (Sítio Vai e Volta – Noroeste – Desmucilado – 82,56 pontos)
Natural
1º lugar: Paulo Roberto dos Santos (Fazenda Florença – Vale do Café – Natural – 84,69 pontos)
2º lugar: Evando José Menim (Fazenda Boa Esperança – Noroeste – Natural – 84,25 pontos)
3º lugar: Geraldo Vargas de Moraes (Fazenda Ribeira e Soledade – Noroeste – 83,38 pontos)
4º lugar: Enio Geraldo Marteline Neles (Fazenda São Mamede – Noroeste – 83,31 pontos)
O leilão arrecadou em disputados lances o recorde de R$ 11.500 pela saca do produtor Paulo Roberto dos Santos, via natural, da Fazenda Florença, no Vale do Café, em cerimônia comandada pela diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanusia Nogueira.
Na área externa do Palácio Guanabara foi realizada a feira de cafés especiais em que o público pode provar os grãos do Rio de Janeiro. Dentre as marcas presentes, os cafés dos finalistas e também o Café Iranita, o Café Monthal, dentre outros produtores de diferentes regiões.
*A jornalista viajou a convite da organização do Concurso de Cafés Especiais do Estado do Rio de Janeiro
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