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Brasileiro vence Mundial de Chá na China
Danny Andrade vive na Austrália desde 2008 e representa o país nas competições que participa. Apesar de sua trajetória de mais de dez anos no mercado de cafés, seu contato com o mundo dos chás foi recente, mas suficiente para o brasileiro alcançar a melhor colocação da competição mundial da bebida.
O barista, que atualmente trabalha na importadora 3Brothers Coffee, diz que se apaixonou por chá após viajar para países como Japão e China, onde conheceu a cultura da bebida. “Em 2017 eu tive a honra que conhecer a tea master Kym Cooper. Ela me introduziu para o fascinante mundo dos chás especiais, em particular para os Oolongs das montanhas de Phenix. Esses chás são excepcionais e a paixão foi instantânea”, conta, explicando que esse tipo é mais complexo do que os brancos, pretos e verdes que nós conhecemos.
Após ganhar o Australia Tea Brewers Cup no último ano, Danny conseguiu a melhor colocação no World Tea Brewers Cup 2019, competição que foi realizada em maio na SIAL, feira de alimentos que aconteceu na cidade de Xangai, na China.
Na disputa, os competidores possuem 15 minutos para apresentar duas bebidas: o chá principal e o drinque de assinatura, em que cada participante pode criar sua própria receita. As apresentações são julgadas por três juízes sensoriais e um juiz principal, que avaliam o sensorial, a técnica e o conhecimento do competidor.
Na ocasião, Danny usou três tipos de Oolongs Teas, todos de origem chinesa e produzidos pela produtora Cindy Chen, sendo um na receita do chá principal e os outros dois como parte do drinque de assinatura. Na bebida principal, o barista usou o chá da variedade Ya Shi Xiang, que possui notas florais e de damasco, alcançando uma bebida doce e intensa, que também foi proporcionada por conta do mel brasileiro usado na receita.
No drinque de assinatura, além do Ya Shi Xiang, os principais ingredientes também foram os chás das variedades Mi Lan Xiang e Ta Fuhou. O primeiro foi usado como base da receita. O segundo, mais doce e encorpado, com notas de pêssego e mel, foi utilizado na forma de chá gelado, passando pelo processo de cold brew e ficando em infusão por 6 horas. Já o terceiro, com notas de frutas vermelhas e especiarias, compôs a parte aromática do drinque, onde Danny usou óleos da casca da laranja e contou com o auxilio de um difusor ultrassônico para criar uma nuvem aromática.
O brasileiro, naturalizado na Austrália, conta que o treino para as competições é constante. Ele agradece às pessoas que estiveram ao seu lado durante todo o processo de preparo. “Ninguém vence uma competição sem um time por trás ajudando e apoiando”.
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