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Luckin Coffee e Starbucks disputam mercado de café na China
Visando melhor atender aqueles que buscam um espaço agradável para tomar café e passar um tempo, seja trabalhando ou conversando com amigos, a Starbucks é um dos nomes mais fortes na China, atuando há mais de 20 anos no mercado e possuindo a proposta de abrir uma loja a cada 15 horas.
Porém, de uns tempos pra cá, a gigante americana não tem sido a única. Com espaço mais minimalista, a local Luckin Coffee foca em trabalhadores e estudantes que gostam de pedir o café por celular e apenas passar na cafeteria para retirar, ou receber o pedido em domicílio. Com planos maiores do que a Starbucks, a rede chinesa pretende abrir uma loja a cada 3,5 horas.
Com espaços menores, que dispensam balcões, cadeiras, mesas e caixas registradoras (já que o cliente paga diretamente no celular), a Luckin Coffee tem conseguido se destacar no mercado: essa tática reduz os gastos da cafeteria e, assim, é possível oferecer aos clientes melhores preços do que os da concorrência. Enquanto que nas lojas da Starbucks um café latte custa aproximadamente 31 yuans (R$ 17), na Luckin a mesma bebida não passa de 24 yuans (R$ 14).
Segundo o analista financeiro Yu Qian, um dos pontos positivos da estratégia da local é a rapidez: “É prático. Não há grandes filas de espera e, além disso, você não precisa esperar sentado enquanto preparam o café”.
De acordo com pesquisa realizada pela Euromonitor, com 3.600 lojas no país, a Starbucks é responsável por 80% do mercado chinês de cafeterias, movimento cerca de US$ 3,4 bilhões (R$ 13 bilhões) ao ano. Já a Luckin Coffee, criada em 2017, anunciou em janeiro do ano passado que até o fim de 2018 pretendia ter um total de 4.500 unidades.
Mesmo a China sendo o segundo maior mercado da americana, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, a Starbucks precisou repensar suas estratégias com a chegada da concorrente. Em julho, a rede se associou ao aplicativo Ele.me, um dos maiores no setor de entregas de comida, além de voltar seu foco ao público mais elitizado, abrindo lojas mais rebuscadas, como a Starbucks Reserve.
Apesar disso, o momento tem sido próspero para a Luckin. A rede chinesa arrecadou cerca de US$ 400 milhões (R$ 1,5 bilhão) em duas rodadas de capitalização e afirma que seu valor de mercado está estimado em US$ 2,2 bilhões (R$ 8,3 bilhões). “É claro que somos concorrentes, mas no final ambos queremos que o mercado cresça”, disse Reinout Schakel, diretor de estratégia da marca.
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