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50 anos da cafeicultura do Cerrado Mineiro!

Neste ano, a cafeicultura do Cerrado Mineiro comemora 50 anos! Iniciada por cafeicultores nativos e por outros que migraram de estados como São Paulo e Paraná, a atividade cresceu e se fortaleceu ao longo das últimas cinco décadas, com a criação de cooperativas, associações e da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

A região também foi a primeira no Brasil a conquistar a Denominação de Origem para café. O selo, concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), é dado para locais que consigam comprovar a sua notoriedade e o seu “saber fazer” único, ou seja, que apresentam um processo de produção singular que resulta em um café com características exclusivas deste território.

“O Cerrado, ao longo dos anos, promoveu a marca, a origem e a qualidade do café, e isso gerou a necessidade de uma proteção. Essa proteção se dá pela Denominação de Origem, que é um registro super importante para a gente trabalhar tanto no mercado brasileiro, quanto no mercado internacional, e é representado por um selo de origem e qualidade do Cerrado Mineiro”, explica Juliano Tarabal, superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.

Ele também comenta que, ao longo destes 50 anos, é possível perceber a evolução da cafeicultura brasileira através de três pontos: qualidade, sustentabilidade e tecnologia de produção. “O primeiro ponto é a qualidade. O produtor brasileiro e do Cerrado Mineiro deixou de colocar o foco apenas em volume, e passou a olhar também para a qualidade e para o pós-colheita. Um segundo ponto é a sustentabilidade. O Brasil, eu diria que de 2005 pra cá, investiu muito na sustentabilidade de suas propriedades, com certificações de organizações internacionais e evolução de pesquisas. Um terceiro ponto, super importante, é a tecnologia de produção. Hoje nós somos líderes em pesquisa. Temos instituições como a Embrapa, a Epamig, o IAC e a Procafé, que produzem pesquisa de ponta para que o produtor consiga evoluir cada vez mais”.

Outro fator que o superintendente destaca são os eventos que acontecem anualmente pelo País, como a Semana Internacional do Café. “A SIC é, sem dúvidas, um divisor, porque é um grande ponto de encontro e consegue fazer a cadeia conversar, reunir todos os players que estão no café. Isso gera novos negócios, novos projetos e novas estratégias”.

Estes elementos resultam em um movimento que podemos ver acontecendo no Brasil: o aumento do consumo de café de qualidade. “A grande indústria ingressou no café especial. Hoje vemos grandes marcas colocando café especial na gôndola, além de um aumento exponencial de cafeterias, não só nas grandes capitais, mas também no interior”, comemora.

Aliado a este crescimento na demanda, o Cerrado Mineiros atingiu, recentemente, a marca de 1 milhão de sacas com selo de Denominação de Origem. “São muitos motivos para comemorar! O 10º Prêmio do Cerrado Mineiro, que acontece em 30 de novembro deste ano, será a celebração dos 50 anos do Cerrado”, relembra Juliano.

TEXTO Gabriela Kaneto • FOTO Café Editora

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