Cafeteria & Afins

Suplicy inaugura duas cafeterias no MASP

Loja Subsolo

Loja Subsolo

A Suplicy Cafés Especiais inaugurou, na última terça-feira (20/10), duas unidades dentro do Museu de Arte de São Paulo (MASP), onde oferecerá seus produtos feitos com grãos especiais, lanches, sucos e sobremesas.

A loja, no 1º subsolo, foi reestruturada e uma nova foi instalada no primeiro andar do museu. As cafeterias contam com cafés de torra clara, média (moído e em grão), escura, orgânico, microlote e descafeinado. Incluindo cápsulas, sachês e café solúvel.

Loja Subsolo

Loja Subsolo

Para Lucas Pessôa, diretor de operações do MASP, a renovação do espaço do café pela Suplicy e a abertura de outro ponto da marca no primeiro andar dão continuidade ao processo de revitalização do MASP. “O museu passa a oferecer dois novos cafés, cujo mobiliário está alinhado à arquitetura de Lina Bo Bardi, proporcionando uma experiência mais acolhedora tanto para seus visitantes quanto para seu público externo”, explica.

Loja 1º Andar

Loja 1º Andar

A parceria terá ainda a produção de artigos exclusivos, com a assinatura Suplicy Cafés e MASP, que serão lançados em edição comemorativa.

Serviço
Suplicy Cafés Especiais – MASP
Local: Av. Paulista, 1.578 – Cerqueira César
Horário de Atendimento: terças e quartas, das 10h às 18h; quintas e sextas, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Mais informações: www.suplicycafes.com.br

TEXTO Da redação • FOTO Divulgação

BaristaMercado

Exclusiva: Isabela Raposeiras é a nova consultora do clube de café da Wine

Raposeiras: "Não sou contra cápsulas".

Raposeiras: “Não sou contra cápsulas”.

A aquisição da suíça Mocoffee pelo grupo brasileiro da Wine.com.br foi anunciada em março deste ano e muitas novidades estão por vir. A mais nova delas é a contratação da barista e empresária Isabela Raposeiras. A proprietária do paulistano Coffee Lab, em entrevista exclusiva à Espresso, anunciou parceria com a marca. Isabela será a responsável por desenvolver toda a nova linha de cafés, que hoje serve as cápsulas (monodoses) para o preparo de espresso. E a maior novidade: grãos 100% brasileiros para todo o portfólio da Mocoffee no mundo. A empresa nasceu com o engenheiro suíço Eric Favre, criador de patentes e inventor do sistema de cafés em cápsulas da Nespresso, entre outros, e que desenvolveu para a Mocoffee um sistema fechado próprio. A brasileira Wine.com.br, maior e-commerce de vinhos e cerveja da América Latina e terceiro do mundo, anunciou, em abril, a chegada da Tristão ao corpo de acionistas da Mocoffee e, desde lá, vem desenvolvendo o projeto de uma fábrica de envase de cápsulas de café na cidade de Viana, na região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. A Mocoffee também contratou recentemente, para encabeçar a área de inovação da marca, o executivo Marco Miranda, ex-Delta Cafés, empresa portuguesa de cafés em cápsulas. Em entrevista, Isabela define sua atuação no projeto: “Minha função é a responsabilidade pelo produto: seleção, qualidade, blends, torra”, revela Isabela. A Mocoffee já comercializa café em 17 países e compra o grão de diversas regiões produtoras no mundo. A principal mudança será que a empresa passará a ter café 100% brasileiro no seu portfólio de cápsulas. “O primeiro desafio será pegar esses blends já existentes e adaptar sensorialmente para só matéria-prima brasileira”. Isabela desenvolverá edições especiais e blends e começará, em breve, a seleção de novos fornecedores do Brasil inteiro. Os provadores e a estrutura da capixaba Tristão ajudarão nesta etapa. “Já faz um tempão que estamos conversando e estou sabendo do projeto. A cápsula é o carro-chefe, com sistema novo e máquina própria. Mas quem sabe cafés em grãos poderão fazer parte da linha de produtos“. Antes que a notícia surpreenda o mercado, a barista afirma: “Não sou contra cápsulas. Cápsula é um meio de fazer café. As pessoas se referem como um produto em si. A Mocoffee não é uma empresa de cápsulas e, sim, de café. O produto é o espresso”, enfatiza.
Máquina e cápsula da Mocoffee, sistema próprio.

Máquina e cápsula da Mocoffee, sistema próprio.

O grande expertise que será adicionado ao negócio é o mailing de clientes da Wine, que agora também conta com clube de cervejas, o WBeer. São mais de 140 mil clientes só no clube de vinhos, que conta com a logística e capilaridade em todo o Brasil. Outro ponto forte da parceria é a valorização dos produtores locais. Para Isabela: “O Brasil é um país continental e tem variedade suficiente para valorizar o café só daqui. Região vou evitar. Quero contar a história do produtor, do café. A questão de terroir, regional, não existe tanto no café. Ele funciona mais para o vinho.” Quem for sócio do clube receberá mensalmente um novo café, de acordo com a previsão da marca. “Estamos planejando o lançamento para o ano que vem”, avisa Isabela. De acordo com a assessoria da Mocoffee, a comunicação será baseada na dupla: tecnologia suíça, café brasileiro. Eles acreditam ser um marco para o café do Brasil, já que os grãos do país terão grande visibilidade internacional vinculada à qualidade. “Dá para fazer diversidade só com o café brasileiro”, segundo Isabela. O objetivo da marca é democratizar o consumo do café em cápsulas, com preços mais baixos que a concorrência para tornar o consumo mais acessível. “Assim como no vinho haverá variedades de preço. Não tem porque fugir disso”, analisa Isabela.
Rogerio Salume_CEO_Wine.com.br

Rogerio Salume, CEO da Wine.com.br

A Wine.com.br é conhecida no e-commerce por ter construído uma das maiores operações verticais de vinho do Brasil em menos de cinco anos. Para Rogério Salume, CEO da empresa, “a entrada no segmento do café faz todo o sentido e dá continuidade ao projeto de selecionar, indicar e entregar produtos de alta qualidade aos nossos clientes em todo o Brasil, e agora, em outros países. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo em grãos, mas não conseguiu desenvolver até hoje nenhuma marca mundial. Acho que podemos contribuir de alguma maneira levando produtos que tenham a essência do nosso país”. Ricardo Flores, vice-Presidente da Mocoffee, acredita que “a expertise de Isabela sem dúvida ajudará a descobrir cada produtor que existe no Brasil e também a valorizar a história de cada um deles para desenvolver nossos blends.” Enquanto a fábrica não fica pronta, a ideia é continuar a operação na Suíça e Itália e, posteriormente, trabalhar em território brasileiro entregando cápsulas para clientes nacionais e internacionais. “Será uma grande conveniência o cliente receber o vinho e o café, não é mesmo?”, prevê Isabela. Ficaremos atentos às novidades desse mercado de monodoses que, só no Brasil, cresce 50% ao ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

TEXTO Mariana Proença • FOTO Guilherme Gomes/Café Editora (Isabela Raposeiras); demais: Divulgação

Cafezal

Últimos dias para se inscrever no Concurso de Cafés Especiais de Andradas

As inscrições para a 3ª edição do Concurso de Cafés Especiais de Andradas, realizada pela Cooperativa Agropecuária Regional de Andradas (CARA), se encerram nesta quarta-feira (30/9). Os produtores que desejam inscrever suas amostras de café natural, da safra 2014/2015, devem entrar em contato com a Cooperativa, solicitar a ficha de inscrição e entregar as amostras na CARA.

Os cafés serão avaliados pelo Instituto Federal Sul de Minas (IFSULDEMINAS), de acordo com a metodologia de análise sensorial elaborada pela Specialty Coffee Association of America (SCAA). A nota de corte será de no mínimo 82 pontos e os quesitos avaliados serão acidez, aroma/fragrância, sabor, corpo e aftertaste.

As provas sensoriais ocorrerão no dia 22 de outubro, a partir das 10h. O resultado será revelado no mesmo dia, às 19h, no Lar da Criança Andradense.

TEXTO Da redação • FOTO Lucas Albin

Café & Preparos

Encontro promove bate-papo sobre a história do café

e45_IMG_9867 A Associação de Alunos e Tecnólogos em Gestão de Turismo (ATG-TUR) promoverá no dia 18 de abril o “Encontro de Café com História”, reunião que busca estabelecer o reencontro do café com suas origens e sua história em solos brasileiros, em Miguel Pereira, município do estado do Rio de Janeiro. O encontro contará com a preparação de bebidas como mocaccino, café latte com adição de chocolate, cappuccino, espresso, entre outros, pelo barista Emílio Rodrigues, da Casa do Barista, escola de formação de baristas, localizada em Santa Teresa (RJ). Além do bate-papo sobre história, a reunião contará com explicações teóricas sobre os grãos, conduzidas pelo geólogo e estudante de história Willians Carvalho, na companhia de uma banda de chorinho da cidade, que é considerada porta de entrada para o Vale do

Ciclo do Café fluminense. A partir das 20h, Emílio Rodrigues segue para uma degustação de cafés na estação ferroviária da cidade, oficina vinculada ao Festival Café, Cachaça e Chorinho, organizado pela prefeitura de Miguel Pereira, juntamente com a apresentação de bandas musicais. Serviço Encontro de Café com História Data: 18/4 (sábado) Horário: 18h Local: Rua Bonifácio Portela, 5 – Shopping Florescer – Miguel Pereira (RJ) Custo: Gratuito Mais informações: https://www.facebook.com/events/831818916865920/?ref=48

TEXTO Da redação • FOTO Alexia Santi

Café & PreparosCafezal

Passeio de bicicleta faz turista viajar pela história do café

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No próximo dia 20 de junho, o Bike Café – marca de cafés especiais que reverte 10% do faturamento para projetos do Instituto Aromeiazero -, em parceria com a Pediverde, agência de viagens que promove o cicloturismo, e o Instituto Aromeiazero, que realiza projetos sociais e culturais relacionados à bicicleta, realizam o evento Santos de Bike, uma descida pela Serra do Mar de bicicleta com uma pausa para degustação do Bike Café e uma visita ao Museu do Café, em Santos (SP).

Os participantes darão início à pedalada ainda em São Paulo, atravessando duas balsas e uma Ilha, até chegar à Serra do Mar, onde é possível conferir uma vista incrível. Ao chegar à baixada santista, os integrantes serão guiados até o Museu de Santos, para uma degustação de cafés especiais e um tour didático sobre a história do ciclo do café na região e sua importância para o país.

Para participar, é necessário ter sua própria bicicleta e levar um kit com água, protetor, capacete e capa de chuva. O passeio dispõe de 28 vagas e terá início na estação Sumaré do metrô, em São Paulo, onde os participantes se encontraram com guias da Pediverde e com os criadores da Bike Café.

Serviço
Santos de Bike
Data: 20/06
Horário: 7h às 19h
Valor: R$ 245 (à vista)
Restrições: indicação a partir de 13 anos
Incrições: www.pediverde.com/santosdebike

TEXTO Da redação • FOTO Divulgação

BaristaMercado

SCAA: acompanhe as novidades da maior feira de cafés especiais do mundo

SCAA_SYMPOSIUM_FEIRA Entre os dias 9 e 12 de abril, a revista Espresso estará em Seattle, nos Estados Unidos, cobrindo o 27º evento da Specialty Coffee Association of America (SCAA), considerado um dos maiores eventos de cafés especiais do mundo. Nossa equipe estará na feira, mostrando as principais novidades do setor, no espaço que vai reunir, além de marcas e instituições internacionais, as brasileiras Daterra Coffee, Brazil Specialty Coffee Association (BSCA), AC Café, JC Coffee Farms, Fazenda Ambiental Fortaleza, Ipanema Coffees, Lilla Roasters, Pinhalente, entre outras. Durante o evento, ainda acontecem os campeonatos World Barista Championship (WBC) e World Aeropress Championship (WAC). Os baristas Thiago Sabino (Octavio Café) e Edgar Martins (Urbe Café Bar) vão representar o Brasil nestes campeonatos, respectivamente, e a Espresso vai trazer as informações de cada apresentação. Acompanhe as atualizações no Facebook, Instagram e no Twitter da revista e aguarde as novidades também para a próxima edição. O World Barista Championship começa nesta quinta-feira (9/4) e terá transmissão ao vivo, a partir das 16h da manhã (horário de Brasília). Clique aqui para conferir. A primeira apresentação do barista Thiago Sabino está prevista para sexta-feira (10/4), às 16h35. O World Aeropress Championship terá início às 22h (horário de Brasília), desta quinta-feira. Ainda não foi divulgada a informação sobre transmissão ao vivo da competição e o horário exato de apresentação do barista Edgar Martins.

TEXTO Da redação • FOTO Divulgação/SCAA

Cafeteria & AfinsMercado

Exclusivo no site – Especial Torra: entrevista com Georgia Franco, do Lucca Cafés Especiais

e43_IMG_0609 A nova edição da Espresso traz como matéria de capa o tema “torra”. Conversamos com diversos profissionais do setor para produzir um conteúdo relevante para os leitores da revista. Entretanto, o assunto não se encerra na edição. Ainda há muito que se discutir sobre o tema e ouvir a opinião de quem já trabalha com torrefação pode ajudar os iniciantes na prática, além de ser uma boa forma de rever velhos conceitos e se fazer novas perguntas. Nas próximas semanas você vai conferir aqui no site da Espresso um pouco da experiência desses profissionais da torra, que tanto se dedicam para revelar os sabores do grão e trazer o melhor café para a sua xícara. Hoje, confira a entrevista com Georgia Franco, do Lucca Cafés Especiais. Como começou o seu trabalho de torrefação no Lucca Cafés Especiais? A torra veio em primeiro lugar no Lucca. Eu viajei pela Europa e pelos Estados Unidos há uns 12 anos e este movimento de microtorrefações estava começando. Eu vi tudo isso e achei que seria uma experiência diferente. A cafeteria Lucca já começou com esse conceito de microtorrefação. Naquela época, ainda era a granel e depois nós padronizamos para comercialização em embalagens de 250g. O objetivo era mostrar diversidade. Quando nós começamos tínhamos 5 tipos de café, quatro só de origem e um blend, de regiões diferentes no Brasil. Naquela época já podíamos falar em single origin, mas esbarrávamos com uma falta de informação grande por parte dos consumidores. Tudo ainda era muito novo. Nós só passávamos essas informações para os clientes se eles pedissem, pois era muita informação. Então, fomos puxando pelo sabor na xícara, sem aprofundar muito. Aqui em Curitiba nossos clientes logo entenderam a proposta, nossos clientes já tinham um pouco dessa cultura e buscavam bons cafés e mais informação. Tínhamos muitos clientes estrangeiros. Aos poucos fomos introduzindo as informações e em 2005 passamos a ter outras origens, fomos conhecer as fazendas, ter proximidade com os produtores e frequentar as grandes feiras do setor. Os produtores sempre estão nessas feiras. É uma maneira de conhecer novos cafés. Eu estava sempre em contato com eles, com a chance de conhecer cafés por meio de resultados de concursos. Hoje, eu e a Carol [Carolina Franco, campeã brasileira de Preparo de Cafés e filha de Georgia] realizamos esse trabalho. Nós sempre vamos atrás de lotes diferentes. Como é o seu processo de torra? Quando nós decidimos que vamos comprar um café, nós o compramos porque ele tem potencial. Nós temos duas espaços onde fazemos a torrefação dos grãos Lucca e para clientes, uma na loja, no Batel, e uma no laboratório. Todos os microlotes são torrados na loja e torrados por mim. Chegando a safra nova, levamos para o laboratório para amostra e fazemos a curva de torra que vou reproduzir. Eventualmente, nós fazemos outros testes, porque o café muda, muda com a umidade e vários outros fatores. Eu recebo os cafés em embalagens grainpro [embalagem de café verde] ou a vácuo e os cafés que não uso ficam conservados. Eu compro cerca de três sacas de café de microlote. Isso faz com que eu faça poucos ajustes – ou nenhum ajuste – até que o lote acabe. Tem microlote que vende muito rápido. Nós torramos 120 quilos por semana na loja e no laboratório fazemos cerca de mil por semana, ou 4 mil por mês. Existem alguns microtorrefadores que deixam o café mais cru para acentuar a acidez. Meu processo é diferente. Não costumo fazer isso para acentuar a acidez. Eu compro um café que tem essa característica que eu consigo manter mesmo que eu tenha uma torra mais desenvolvida. Nos nossos cafés a acidez é própria do fruto. No Lucca, os perfis de torra são orientados para preparos específicos? No caso dos microlotes, nós orientamos para o filtrado, mas eles têm funcionado bem para o espresso. Na loja, nós temos vários tipos de preparo e também nós temos três moinhos para outros cafés, além do café do Lucca, que é o blend da casa. Nós colocamos cafés bem diferentes, com perfis bem diferentes, porque tem gente que tem máquina de espresso em casa. Quando eu faço uma torra, eu me preocupo com a caramelização de açúcares, em manter as características de sabor, mas ainda fazer um café tanto para espresso quanto para coado. Nós estamos ensinando os nossos clientes a apreciar a acidez do café e a acidez vai ser mais intensa no espresso. Poderia nos contar uma experiência com algum outro profissional que acrescentou ao seu trabalho? Em 2007, nós trouxemos para Curitiba o Mané Alves, da Specialty Coffee Association of America (SCAA). Ele já tinha sido meu professor e o reencontrei na Guatemala. Ele ficou uma semana com a gente e ministrou o mesmo curso que ele dá de torra para os meus funcionários. Ele trouxe 50 amostras de cafés para aprendermos a torrar. Para nós foi uma grande surpresa. Nosso objetivo era saber se o que nós estávamos fazendo estava coerente e a primeira coisa que o Mané nos ensinou foi calcular a densidade do café. A análise do grão é primordial. Verificar, dentro do lote, se as peneiras estão compatíveis, que não tenha vazamento de peneira para grãos menores não queimarem. Isso tudo tem a ver com processo de compra. Quais as variáveis na hora do torra que o profissional deve se atentar? Quando nós estamos no torrador de amostra nós não temos todos os controles, mas o cheiro é fundamental. É como dar ponto no brigadeiro. E não tem computador que vai dizer quando eu tenho que tirar meu café. Na loja, nós torramos em uma condição bem legal, porque no inverno é mais fresco, não precisamos usar ar condicionado, no verão eu tenho ar condicionado com condição boa. Ou seja, é preciso se atentar ao aroma, a temperatura e também ao tempo. A máquina faz a leitura do que acontece no ambiente. Eu uso um torrador Probat, e com ele eu não preciso me preocupar com isso. Esse ajuste é automático. Existem cafés cujo o próprio crack [barulho que que ocorre em dois momentos da torra, por reações físico-químicas no grão ao longo do processo de aquecimento] é tão sutil que você pode não ouvir, mas, normalmente, os cafés de pouca densidade tem estalos pequenos e você tem que ficar mais atento. Não tem um número que vai determinar como chegar lá. Você acentua certas características quando você faz uma curva mais íngreme e você vai acentuar outras características em uma torra mais longa. Os conceitos de torra mudam completamente dependendo do equipamento. Não tem receita de bolo. Cada um tem o seu equipamento e deve fazer o que melhor conseguir com ele. Quais equipamentos utiliza em sua torrefação? A máquina Leogap T5 (5 quilos) fica no laboratório, esse foi o primeiro. O da loja é um Probatone de 5 quilos. Ele foi o primeiro feito no Brasil. É o 001. Também temos um de amostra de três bocas de 100 gramas e um Probatone (12 quilos) para os cafés de cápsulas. Que conselhos você daria para uma pessoa que está planejando a compra de uma máquina de torra? Compre o melhor que o seu dinheiro pode pagar. Várias pessoas vieram fazer curso de torra conosco depois que já tinham comprado o equipamento e às vezes as pessoas compram a máquina e ela acaba ficando ociosa, porque a pessoa não vai torrar muito no início. Se a pessoa esta pensando em qualidade, primeiro ela deve pensar em como ela vai atingir esse mercado e crescer gradualmente. A primeira torra, independente de quanto você deixa a máquina estabilizada, é a mais difícil. Então, a chance de você errar em uma máquina menor é menos. O diferencial é o seu equipamento. Invista nos equipamentos. Os mais caros vão acabar lhe oferecendo mais recursos. Estude, pesquise equipamentos com menos chance de ter problema. Considerar confiabilidade no produto, compromisso de entrega e manutenção, não só performance da máquina na hora da torra mas também confiabilidade do produto. Converse com quem já tem um equipamento. Poderia dar um conselho para quem está começando a montar uma torrefação própria? Escolha a sua própria identidade. Não comece a imitar o que o outro já fez. É difícil você chegar ao nível de outro profissional que já esta fazendo isso há muito tempo. O produto tem que acompanhar o que você tem a oferecer. O cliente vai perceber o que você esta oferecendo. Você não pode dizer que ele vai perceber uma coisa e não entregar essa característica sensorial para o cliente, porque se ele não perceber o que você falou ele não volta.

TEXTO Da redação • FOTO Guilherme Gomes/Café Editora

CafezalMercado

Martins Café lança microlotes e propõe novas experiências com os grãos

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Na última quinta-feira (22/1) a Martins Café apresentou novidades de sua safra 2014 de cafés. Como bem disseram Fabíola Filinto e Mariano Martins, sócios da empresa, a produção do ano tinha tudo para dar errado devido à seca, mas para a alegria da dupla, a história foi diferente.

As novidades são três cafés da mesma variedade (bourbon amarelo), que foram colhidos na mesma hora, no mesmo talhão, no mesmo dia e nas mesmas condições, mas que apresentaram notas sensoriais tão distintas ao se variar apenas o método de processamento. Os grãos também trazem perfis bem diferentes, mas uma mesma característica: a torra média/clara.

Os cafés, segundo Fabíola e Mariano, não apresentam nenhum amargor. “Acreditamos que o café não deve ser amargo para que você consiga desfrutá-lo a qualquer temperatura, sem angústia. Afinal, café amargo só dá para tomar pelando de quente”, afirmam.

De acordo com os empresários, essa variação de aromas e sabores do mesmo café só foi possível graças, quem diria, à estiagem do ano passado, que estabilizou variáveis que normalmente não permitem experiências mais agressivas de fermentação do café na fazenda Santa Margarida. “A quantidade de café na fazenda foi menor, mas os grãos que nasceram em 2014 maturaram lentamente e, assim, eles ficaram mais doces”, explica Mariano. Com a ausência da chuva, que impediu a fermentação dos grãos na árvore, houve a liberdade para se fazer experiências mais ousadas de processamento no terreiro.

Conheça os novos cafés da marca:

Guaranóia:
Processamento: cereja descascado com mucilagem aderida (não passou pelo processo para remover a mucilagem, o café secou com ela. Isso foi feito para intensificar ainda mais a fermentação), seco em terreiro suspenso, coberto para fermentação com cepas nativas (leveduras nativas da planta, ou seja, o café foi fermentado com as leveduras que já estão presentes nele, não sendo introduzido nenhuma levedura “externa” para esta fermentação) por 72 horas.
Sensorial: esse lote traz notas secas de guaraná e mel; e úmidas de dama da noite, mel e suco de caju. Corpo e acidez médios, finalização longa, com notas de guaraná.

Encorpator:
Processamento: café natural, de seca rápida em terreiro tradicional (um tipo de asfalto próprio para cafés especiais. Chamado de tradicional porque esse tipo de secagem é o procedimento mais comum no Brasil hoje) com leiras finas, para reduzir a fermentação.
Sensorial: seu ponto mais forte é o corpo. Esse lote tem muita doçura natural que se sobrepõe a sua acidez cítrica. Notas aromáticas de caramelo e mel, com leve toque de morango. Corpo alto, acidez delicada e finalização longa e doce, com notas de amêndoas.

Acid Base:
Processamento: cereja descascado no método colombiano via tanques de fermentação por 24 horas.
Sensorial: mistura o toque macio do ácido láctico com um corpo interessante. Com notas aromáticas florais, frutas secas e caramelo, traz corpo e acidez altos, finalização doce e prolongada com notas de amêndoas.

Novas experiências
A marca sugere brincar com os três cafés, misturando os grãos para fazer um blend próprio. A pessoa pode misturar as quantidades como bem entender e fazer diversas experiências, ressaltando as diferentes características dos cafés e buscando o sabor que mais a agrada. A produção é limitada, com apenas cinco sacas de cada microlote.

Serviço
Onde comprar: www.martinscafe.com.br

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação/Martins Café

BaristaMercado

Ensei Neto reúne café, cachaça e chocolate em novo curso

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Entre os dias 25 e 28 de novembro, o especialista em cafés especiais, Q-Grader e SCAA Cupping Judge, Ensei Neto, apresenta o curso Educação Sensorial: cafés especiais, cachaças artesanais e chocolates finos, em São Paulo (SP).

Ao lado dos profissionais convidados como o cachacier Maurício Maia e o especialista em chocolates Carlos Henrique Silva, Ensei irá guiar os alunos pelos sabores das bebidas e alimentos.

Ao todo são 36 horas-aula, teóricas e práticas, com aula externa para explorar o universo dos aromas e aula noturna, optativa, com harmonização. O curso é destino a profissionais do setor, chefs, sommeliers, mixologistas e bartenders, classificadores de café e baristas e interessados em ampliar conhecimento na área.

Serviço
Local: Centro de Preparação de Café – Sindicafé SP
Endereço: Praça Dom José Gaspar, 30, 22 andar, Edifício Thomaz Edison
Data: 25 a 28 de novembro
Valor: R$ 1.950
Inscrições: (11) 3125-3160 (falar com Adriana) ou cpcsp@sindicafesp.com.br

TEXTO Da redação • FOTO Ensei Neto/Divulgação