A segunda edição do programa Fala Café aconteceu na última quarta-feira (6) e trouxe um debate interessante sobre as mulheres na cafeicultura e seus desafios e oportunidades. A transmissão aconteceu ao vivo no Youtube e já conta com mais de 300 visualizações. Para acompanhar e assistir clique aqui.
Tivemos a presença de Vanusia Nogueira, diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA); Silvio Leite, embaixador do Projeto Florada e coordenador da Plataforma Florada Educa; Patrícia Carvalho, gerente de projetos especiais da 3corações e líder do Projeto Florada; Cintia Matos, presidente da IWCA Brasil e gestora da Clac/Fairtrade; Ana Claudia dos Reis, 3º melhor café via úmida no Concurso Florada Premiada 2019; Luciene Mota, 3º melhor café via seca no Concurso Florada Premiada 2019; Marisa Contreras, produtora e embaixadora do Projeto Florada; Luisa Nogueira, produtora e apresentadora do programa Balanço no Campo. A moderação foi de Mariana Proença, diretora de conteúdo da Revista Espresso e do CaféPoint.
O debate foi dividido em três blocos. No primeiro os convidados comentaram sobre a qualidade do café nas lavouras e cuidados necessários.
Mariana Proença: Silvio, você é um dos principais nomes do café especial do Brasil. Um dos criadores do concurso Cup of Excellence em 1999 e também produtor de café na Chapada Diamantina. Para iniciarmos esse bate-papo, gostaria que você falasse para os produtores e produtoras que estão nos assistindo e que querem produzir uma boa safra neste ano: quais são os principais inimigos da qualidade do café na colheita e pós-colheita?
Silvio Leite: Hoje vivemos um grande desafio por conta do coronavírus, teremos dificuldades na colheita por conta da movimentação das pessoas. Tudo vai passar, mas nesse momento temos que enfrentar, então, hoje nada melhor do que ter um checklist para saber como está o terreiro, colheita, quais são os melhores talhões, não colher verde, porque isso propicia um sabor adstringente, ácido e não é isso que um café especial busca. Se olharmos as vencedoras do Concurso Florada as premiadas da região Chapada Diamantina tiveram pontos acima de 80, foram cafés bem preparados, limpos, doces, retrogosto prolongado. Em todo o Brasil existe cafés de altíssima qualidade basta atentar aos cuidados na produção, no caso do microlote atentar a colheita seletiva, sem grão verde, secagem lenta, ou seja, quem tiver chance pode dar uma olhada no brix (medidor que indica o açúcar do café).
Mariana Proença: Marisa, eu já estive na sua propriedade e pude ver de perto o trabalho realizado naquelas montanhas de Areado, no Sul de Minas. O trabalho da produtora de café é árduo e diário e requer muita organização para manter a qualidade. Como você acredita que essa gestão na sua fazenda contribui para os resultados positivos?
Marisa Contreras: A fazenda é uma empresa, o café é o negócio. Não podemos deixar de olhar para a gestão e buscar sempre um resultado extraordinário e entrega, sem essas três coisas não conseguimos ter excelentes resultados. As pessoas esperam um café de qualidade, aqui temos muito zelo, carinho, dedicação. A mulher tem um papel muito importante nos processos de gestão, foquei bastante nisso, conseguimos entrar na Plataforma Educampo, Nucoffee. Acredito muito nas parcerias coletivas leia mais…
TEXTO Redação • FOTO Café Editora