Cafezal

Já ouviu falar da “Geada Negra”?

Em 18 de julho de 1975, a geada atingiu principalmente os moradores do Norte do Paraná e queimou quase todas as plantações da época. A temperatura chegou a 6 graus negativos! O café, principal produto agrícola do estado, foi exterminado.

Dados mostram que naquele ano, antes da geada, o Paraná havia colhido 48% da produção brasileira de café, ou seja, era o principal estado produtor, e a geada mudou a história paranaense.

Muitos tiveram que buscar alternativas. Depois de longos anos, a região conseguiu se reerguer e voltar a produzir café. Ganhou mais destaque quando, em 2012, o café do Norte Pioneiro conquistou selo de Indicação de Procedência!

Segundo o Sebrae Paraná, a região tem grande potencial para a produção de cafés especiais em função dos solos de origem vulcânica e do clima subtropical. A temperatura média anual varia entre 19 e 22 graus, resultado da combinação entre altitude e latitude local, ideal para os grãos arábicas, que se destacam pela doçura e pela acidez cítrica.

TEXTO Redação • FOTO Felipe Gombossy

Cafezal

32º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café está com inscrições abertas até 9 de setembro

pedir-cafe

Nesta segunda-feira (6), a empresa italiana illycaffè anunciou o 32º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso. As inscrições e envio das amostras devem ser realizadas até o dia 9 de setembro de 2022.

Na Categoria Nacional, serão selecionados 40 produtores finalistas, que concorrerão aos seis primeiros lugares. Desses seis, os três primeiros ganharão uma viagem ao exterior para participar do 8º Prêmio Ernesto Illy Internacional em 2022, além de prêmios em dinheiro e diplomas.

Já na Categoria Regional, serão premiados até dois cafeicultores em cada um dos 10 Estados/Regiões, sendo: Minas Gerais (subdividido em Cerrado Mineiro, Chapada de Minas, Matas de Minas e Sul de Minas); São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e as regiões Centro-Oeste, Sul e Norte/Nordeste. Todos os vencedores e finalistas recebem prêmios em dinheiro e diplomas.

A ficha de inscrição e o regulamento completo para o 32º Prêmio estão disponíveis no site do Clube illy do Café. O cafeicultor pode inscrever apenas uma amostra de café arábica. Se a propriedade rural possuir mais de um sócio, as amostras deverão ser inscritas em nome do sócio responsável na receita estadual.

Os especialistas da Experimental Agrícola do Brasil/illycaffè compõem a comissão julgadora responsável pela seleção dos cafés. A análise para a classificação é realizada considerando o aspecto, cor, tipo, peneiras, teor de umidade, torração e pela qualidade da bebida, inclusive com degustação para espresso. Durante o período de inscrição, o produtor poderá vender o lote inscrito e aprovado para a Experimental Agrícola do Brasil/illycaffè desde que a mesma demonstre interesse, conforme suas normas de compra, também informadas no site do Clube illy.

Endereço para envio da amostra e inscrição
Experimental Agrícola do Brasil Ltda
Rua Dr. Nicolau de Souza Queiroz, 518 – Vila Mariana
CEP 04105-001 – São Paulo/SP – e-mail: compras@illy.com

Cronograma
32º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café para Espresso
Inscrições: até 9 de setembro de 2022
Data limite de entrega dos últimos lotes inscritos: 6 de outubro de 2022
Divulgação dos 40 finalistas: novembro de 2022
Revelação dos vencedores e entrega dos prêmios aos finalistas: abril de 2023
Mais informações: https://clubeilly.com.br/premiacoes/premio-ernesto-illy/sobre-o-premio/

Cafezal

Inscrições abertas para 5º Concurso Florada Premiada da 3corações

Na última sexta-feira (3), a 3corações anunciou a 5ª edição do Concurso Florada Premiada, que busca incentivar e premiar mulheres cafeicultoras de diversas regiões brasileiras. Neste ano, a iniciativa vai além e traz uma novidade: além do arábica, a participação no concurso também está aberta às produtoras de café canéfora! As inscrições podem ser feitas clicando aqui.

Ao todo, são mais de R$ 150 mil em premiações e, para as grandes campeãs da edição e vencedoras regionais, o concurso oferece a compra do lote completo pelo dobro da cotação de mercado. Além disso, os 100 melhores microlotes também podem ser comercializados com a 3corações por R$ 300 acima da cotação. As campeãs ganharão uma viagem (missão técnica) para outro país cafeicultor com tudo incluso e direito a um acompanhante. Todos os microlotes são oferecidos aos consumidores brasileiros em embalagens personalizadas com foto, história, assinatura da cafeicultora e descrição completa do café.

“O Projeto Florada é uma grande obra que estará sempre em construção, pois trata-se de um projeto de longo prazo em que criamos laços duradouros com as produtoras do Brasil e com toda a cadeia do café. O Concurso Florada Premiada é uma importante iniciativa para reconhecer e valorizar o trabalho das cafeicultoras e, também, para proporcionar aos consumidores uma nova experiência com raros cafés que carregam histórias únicas por trás de cada xícara. E 2022 será um grande ano! O nosso convite é para todas as mulheres produtoras de cafés especiais do Brasil, seja o café 100% arábica ou 100% canéfora”, disse Pedro Lima, presidente do Grupo 3corações.

O regulamento completo está disponível no site do Projeto Florada e no site da BSCA. O 5º Concurso Florada Premiada acontece em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA) e Sílvio Leite, referência mundial em qualidade do café.

Mais informações: Patrícia Carvalho – patricia_solo@3coracoes.com.br ou (11) 94502-6654

TEXTO Redação • FOTO Vitor Barão

CafezalMercado

Expocaccer promove curso de classificação e degustação de cafés neste sábado (4)

Neste sábado (4), a Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocaccer) realiza o Curso de Classificação e Degustação. O conteúdo será totalmente prático e com ênfase na identificação e classificação dos grãos defeituosos, analisando a causa, os efeitos e as formas de prevenção de possíveis defeitos. Outro aspecto a ser abordado é sobre os efeitos do manejo dentro da fazenda.

De acordo com a Q-Grader e Classificadora da Expocaccer, Rosângela Soares, o curso de classificação e degustação é muito importante para que o produtor ou funcionário da fazenda estejam atentos e alinhados sobre prováveis formações de defeitos. “De forma prática, vamos conhecer as causas dos defeitos dos grãos e aprender como fazer para amenizá-los, melhorando a qualidade do café e consequentemente o preço dele”, destaca.

As vagas são limitadas e os interessados poderão se inscrever até o dia 3 de junho, através do e-mail contato@expocaccer.com.br. As inscrições terão um investimento de R$ 50 e os valores arrecadados serão doados para a Casa do Idoso de Patrocínio (MG). 

Serviço
Curso de Classificação e Degustação Expocaccer
Quando: 4 de junho (sábado)
Horário: 8h30 às 12h
Inscrições: contato@expocaccer.com.br   

TEXTO Redação • FOTO Divulgação

CafezalMercado

Exclusiva: Nescafé destaca ações realizadas para auxiliar cafeicultor em produção mais sustentável

Agricultura regenerativa e futuro da cafeicultura brasileira são alguns temas que vêm sendo debatidos ao longo dos últimos meses. A Nescafé tem apostado nisso e, para saber mais, o CaféPoint em contato com a gerente de marketing e sustentabilidade de cafés da Nestlé, Taissara Martins, para entender sobre o projeto.

Taissara Martins, gerente de marketing e sustentabilidade de cafés da Nestlé

Ela explica que a agricultura regenerativa é um braço da prática agrícola que defende a possibilidade de devolver à terra mais do que se retira dela, ou seja, produzir enquanto se recupera, preservando o meio ambiente, restaurando áreas degradadas, protegendo a biodiversidade e aumentando a produtividade, enquanto se diminui o balanço de emissões de gases de efeito estufa.

“A agricultura regenerativa se baseia em seis principais pilares: a conservação e proteção do solo, o uso racional da água, a promoção da biodiversidade, o plantio de árvores e recuperação de áreas degradadas, o uso de variedades resistentes, a diminuição de adubos e fertilizantes químicos e a garantia de uma renda digna aos produtores e trabalhadores rurais”, comenta.

Em relação às iniciativas da Nescafé sobre a sustentabilidade, Taissara destaca que existe uma série de iniciativas que visa o cuidado ambiental e ações para toda a cadeia: “Há 10 anos temos o Programa ‘Cultivado com Respeito’, com o objetivo de ter uma produção de café que respeita o meio ambiente e quem produz e toma o café. Hoje, por exemplo, existe o ‘Nescafé Origens do Brasil’, uma marca idealizada para liderar todas as mudanças necessárias em termos de sustentabilidade. A meta é ser a primeira marca carbono neutro do Brasil de café solúvel e para o coado. Para alcançar o objetivo, realizamos ações focadas na agricultura regenerativa, como o Projeto Regenerar, cujo foco é transformar as fazendas parceiras da marca em fazendas-modelo 100% carbono neutro”.

Taissara destaca que outra iniciativa que merece ser compartilhada é uma ação de reflorestamento da Mata Atlântica já feita por uma única empresa em parceria com a ONG SOS Mata Atlântica. A iniciativa traz o comprometimento de plantar uma árvore nativa a cada embalagem de Nescafé Origens do Brasil vendida, ajudando a recuperar mais de 1.200 hectares de floresta.

“Existe muita tecnologia quando falamos de café sustentável e regenerativo. Pode existir uma falsa impressão que o regenerativo é para o produtor pequeno, de colheita manual, de baixa produtividade. E está longe disso. Hoje, nossas fazendas regenerativas produzem mais do que o dobro da média brasileira, e emitem cinco vezes menos gases de efeito estufa. Temos fazendas que usam energia solar para funcionar, possuem fábricas biológicas que substituem com sucesso defensivos químicos, usam drones para identificar doenças, plantam variedades mais resistentes que exigem menos insumos. São tecnologias reais e que já estão disponíveis para a cafeicultura brasileira”, afirma.

A Nestlé conta com o Programa Cultivado com Respeito no qual apoia o produtor de café em uma jornada de evolução para grãos de excelente qualidade e verdadeiramente sustentável. “Hoje, mais de 1.100 produtores fazem parte deste programa. Temos muito orgulho de estarmos há mais de uma década apoiando o produtor de café brasileiro”, comemora.

No mês de abril, a marca lançou o Nescafé Origens do Brasil Colmeia. Taissara explica que o produto surgiu do desejo diário de oferecer às pessoas um café de excelente qualidade e ainda contribuir com a agricultura regenerativa, unindo natureza e traduzindo, de uma forma simples, o poder de um café absolutamente sustentável.

Nescafé Origens do Brasil Colmeia

“Nos unimos à startup AgroBee e às 35 famílias de agricultores que já trabalham com a Nestlé para criar um novo coletivo de produção de café que tem as abelhas como protagonistas e traz nas prateleiras dois produtos incríveis: mel e café. Como esse mel só é produzido na florada do café, não conseguimos oferecê-lo o ano todo. Além disso, esse mel vem das mesmas fazendas em que o café foi produzido. Então coordenamos tempos e movimentos de tal forma que esse processo natural, que já estava programado para acontecer, ocorresse resultando nesse produto final”, conta. 

A gerente de marketing e sustentabilidade explica que as práticas regenerativas irão continuar, o que significa que ainda haverá fazendas com caixas de abelhas instaladas. “Mas, como regenerar também é respeitar o tempo da natureza, só saberemos se teremos uma nova edição, quando tivermos a florada do café”, finaliza. 

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Divulgação

Cafezal

Vamos colher café? 15ª edição do Sabor da Colheita acontece na capital paulista no dia 21 de maio

Você sabia que o dia 24 de maio marca o início da colheita de café no Brasil? A Secretaria de Agricultura de São Paulo e o Instituto Biológico, em parceria com a Nescafé, celebram esse marco com o evento Sabor da Colheita, que será realizado neste sábado (21), a partir das 9h.

O local escolhido é o Instituto Biológico (IB-APTA), que desde o início de 2021 recebe o apoio da Nescafé, e abriga o maior cafezal urbano do mundo, bem no coração de São Paulo. O ambiente oferece à comunidade aprendizados sobre café, agricultura regenerativa e de baixo carbono, e uma série de experiências imersivas, que vão de bate-papos sobre métodos de preparo e degustação, à colheita dos grãos.

Como parte das comemorações do Dia Nacional do Café, comemorado em 24 de maio, a 15ª edição do evento oferecerá aos convidados um verdadeiro tour pelo cafezal, que reúne cerca de 500 pés de café, para mostrar, na prática, o trabalho de milhares de cafeicultores pelo Brasil. Esse passeio será acompanhado por especialistas que auxiliarão na colheita seletiva dos grãos maduros. Os frutos colhidos serão beneficiados, torrados e encaminhados ao Fundo Social de São Paulo (FUSSP).

O Sabor da Colheita dará aos convidados a oportunidade de conhecer mais sobre a cafeicultura do futuro, pautada na agricultura regenerativa, que tem como premissa produzir ao mesmo tempo em que se cuida do planeta, do solo e respeita o tempo da natureza.

O evento também será uma celebração às abelhas, já que em 20 de maio é comemorado o Dia Mundial das Abelhas, e um pilar importante da agricultura regenerativa é a biodiversidade. Para isso, haverá uma oficina especial para conhecer mais sobre a polinização na natureza e nos cafezais, além de uma degustação de Nescafé Origens do Brasil Colmeia, um café especial com grãos polinizados por abelhas.

Os participantes também aprenderão sobre métodos de preparo com baristas, conhecerão diferentes tipos de cafés e poderão fazer uma pausa nos balcões de cafeicultores que mostrarão cafés brasileiros, à disposição para serem saboreados. 

Programação
9h às 10h – Café da manhã oferecido ao público
10h – Conversa com o Secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, a diretora geral do IB, o coordenador da APTA, o vice-presidente de Assuntos Públicos da Nestlé e a gerente de Sustentabilidade de Cafés da Nestlé
11h – Oficinas: colheita de cafés, degustação
12h – Encerramento

A entrada é gratuita e não é necessária inscrição prévia. As máscaras estão liberadas conforme legislação estadual, mas será exigido o comprovante de vacinação. Neste dia, em função do grande número de participantes, não será possível usar o estacionamento do IB. A estação Ana Rosa do Metrô fica próxima e existem linhas de ônibus que passam em frente. 

Serviço
Sabor da Colheita do Café
Quando: 21 de maio
Horário: 9h às 12h
Onde: Instituto Biológico – Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 1252 – Vila Mariana

TEXTO Redação • FOTO Gabriela Kaneto

Cafezal

Daterra Coffee é a nova integrante da plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas

No mês de abril deste ano, a plataforma colaborativa do Consórcio Cerrado das Águas ganhou reforço. A Daterra Coffee, empresa referência em produção sustentável e exportação de cafés, se une às demais empresas Nespresso, Nescafé, Lavazza, Expocaccer, Cofco, Volcafe, Stockler, Cooxupé, para trabalhar, conjuntamente, com produtores rurais na implementação de estratégias para uma agricultura climaticamente inteligente e, assim, construírem paisagens produtivas sustentáveis.

Antes de integrar a plataforma como membro associado, a Daterra já era uma parceira. No ano de 2021, a empresa destinou 30 mil mudas de árvores nativas para o Consórcio Cerrado das Águas, por meio de seu projeto Tree-llion Project, o qual tem como meta plantar, até 2030, 20 milhões de árvores. Com a parceria firmada, os objetivos sustentáveis foram alinhados. Hoje, a empresa, que é uma das pioneiras em cafeicultura sustentável, fortalece a plataforma colaborativa.

“Para a Daterra participar de uma plataforma como essa significa muito e nos enche de orgulho. Mais do que orgulho, nos sentimos responsáveis por somar a um projeto tão bacana, por poder compartilhar e trocar conhecimento com quem está no Cerrado, com quem tem uma especialidade que é esse entendimento que o Consórcio tem, que é tanto da vegetação, passando pela parte hídrica, quanto da parte de produção. Essa visão holística que o Consórcio traz, de integração da vegetação, da água e da produção, é muito importante e relevante. Ter essa visão do todo, do sistema holístico, faz muita diferença”, afirma Isabela Pascoal Becker, diretora de sustentabilidade da Daterra Coffee.

A Daterra foi a primeira fazenda de café certificada pela Rainforest Alliance do Brasil e é considerada a mais sustentável do Brasil. O fato de estar com outras empresas do mesmo segmento para promoção do bem coletivo é algo que fortalece o propósito do Consórcio e os objetivos da Daterra Coffee, como considera Isabela: “O fato de ter outras empresas do café na plataforma, no meu ponto de vista, tem que haver mais, um monte delas, pois, o tipo de desafio que a gente enfrenta com as mudanças climáticas é maior do que pensar em concorrência, pois se não cuidarmos do planeta, não haverá concorrência, muito menos sobrevivência. A plataforma deve ser um espaço apartidário, em que o foco proposto é melhorar o planeta e melhorar o meio ambiente onde produzimos café”, avalia.

Junção de esforços para o bem coletivo

O que uniu a Daterra Coffee e o Consórcio Cerrado das Águas, em 2021, converge esforços para tornar a cafeicultura mais forte e preparada para o futuro, contribuindo com sua melhoria por meio de práticas agrícolas sustentáveis e inteligentes, algo que a diretora de sustentabilidade enxerga com bons olhos e reitera a relevância do trabalho que vem sendo realizado.

“Percebo que o Consórcio Cerrado das Águas será cada vez mais relevante, cada vez mais essencial. A demanda pela prestação de serviço que é realizada hoje precisa e deve aumentar, porque a gente pensa sempre que o produtor, ou que o dinheiro, resolve muita coisa, mas, na verdade, o dinheiro sem conhecimento, sem técnica, sem exemplo, sem pegar na mão e explicar o que proporciona o resultado de todas essas iniciativas, não consegue fazer toda a diferença. Os depoimentos dos produtores trazem toda a verdade e podemos mensurar os resultados quando eles relatam que nasceu floresta onde antes não existia. A natureza fica brava quando nos descuidamos dela, mas quando cuidamos, ela nos presenteia. Assim, precisamos de mais iniciativas como o Consórcio Cerrado das Águas, seja no Cerrado ou em outras áreas”, finaliza Isabela. 

Sobre o Consórcio Cerrado das Águas

Criado em 2015, em Patrocínio (MG), o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo conscientizar produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais por meio do diagnóstico e investimento nos mesmos, garantindo sua preservação a longo prazo.

A iniciativa possui como membros associados as seguintes empresas: Nescafé, Expocaccer, Nespresso, Lavazza, Cooxupé, CofCo, Volcafe, Stockler, Daterra Coffee, além das instituições apoiadoras como Federação dos Cafeicultores do Cerrado, CerVivo, Imaflora e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).

Em 2019, o projeto piloto recebeu do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF) o valor de US$ 400 mil para implementar o programa que irá promover, inicialmente, o investimento e a proteção dos ecossistemas naturais encontrados em mais de 100 propriedades ao longo da bacia do Córrego Feio. A quantia é o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigentes doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Europeia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

CafezalMercado

Seminário Internacional de Café de Santos discute sustentabilidade e diversidade na cafeicultura

Nesta quarta-feira (11) ocorreu a abertura do XXIII Seminário Internacional de Café de Santos: exportação do café do Brasil preparada para a economia mundial. Após dois anos parados por conta da pandemia de Covid-19, o evento, que acontece há 50 anos, retorna com o tema O quanto o Brasil está preparado?”. O Seminário busca discutir assuntos estratégicos para o setor como governança socioambiental, agricultura regenerativa, impacto do clima e desafios de logística.

A edição conta com a  participação de 21 países e autoridades na abertura. Representando o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Francisco Matturro, participou da abertura do 23º Seminário Internacional do Café de Santos, no Guarujá.

O secretário argumentou que há décadas o Brasil trabalha para se posicionar como principal ofertante de cafés de alta qualidade. “O estado tem intensificado a expansão de cafeterias e de outros tipos de estabelecimentos voltados aos cafés de alta qualidade”, disse.

Francisco apontou que São Paulo tem a cafeicultura como seu berço. “Muitos de nossos institutos, como é o caso do Instituto Agronômico e o Instituto Biológico, foram fundados justamente para estudar e proteger essa cultura tão importante para a economia de São Paulo”, lembrou.

Para o secretário, essas ações realizadas pela Secretaria à cafeicultura não são apenas históricas. “Nossos institutos de pesquisas e assistência técnica estão também conectados com aquilo que é sinalizado como tendência no mercado consumidor”, complementou.

Outra pesquisa que o secretário citou como importante é a que está ligada ao desenvolvimento pelo IAC, de cultivares de café com características voltadas ao mercado de cafés especiais: “Também temos realizado estudos no IAC com o uso de biotecnologia para levar o maior e mais completo banco de germoplasma de cafés do mundo, que fica em Campinas, para uma outra unidade da secretaria”.

Francisco Matturro justificou essas e outras ações com o objetivo de apoiar os cafeicultores, indústrias e exportadores. Atualmente, apenas o estado de São Paulo produz cerca de 6,5 milhões de sacas ao ano. “Esse conjunto de ações faz de São Paulo o território privilegiado do agronegócio Cafés do Brasil”, concluiu.

O presidente da Associação Comercial de Santos, Mauro Sammarco, destaca que o Brasil é líder em produção e exportação, e o Porto de Santos é fundamental na logística da exportação dos grãos brasileiros. 

A primeira palestra contou com o tema “Cenário macroeconômico” e teve Sandro Mazerino Sobral, Head de mercados e trandings do banco Santander Brasil, como palestrante. Ele deu uma verdadeira aula sobre o mercado financeiro e traçou um paralelo entre 2022 e anos anteriores de inflação. “Estamos vivendo um período complicado para o futuro, tem a ver com o mundo, provavelmente será um período de mudança de era. Os futuros historiadores dirão que esse foi um período perigoso para a humanidade, crise financeira de 2008, preservar o sistema como estava, levou hoje aos problemas”, apontou. O palestrante reiterou sobre a inflação que bateu, ontem (11), 12% no Brasil e 8% nos Estados Unidos, o que demonstra um problema mundial.

Michelle Burns, vice-presidente da Global Coffee Tea and Cocoa da Starbucks Coffee Company, foi a segunda palestrante da tarde e apresentou o trabalho realizado pela empresa que envolve tecnologia e sustentabilidade. “Pensamos em como buscar melhorias, práticas sustentáveis ao lado dos produtores. Precisamos fazer com que os agricultores tenham uma renda suficiente para bem estar e melhoria nas comunidades”, destacou. Michelle ainda comentou sobre o centro da Starbucks na cidade de Varginha (MG), em que é possível aprender e trocar soluções para o setor e que serão compartilhadas em todo o mundo. 

Para encerrar o primeiro dia do Seminário, ocorreu um painel com o tema “O Brasil está bem-posicionado na Cadeia Mundial de Café?”, moderado por Carlos Alberto F. Santana Jr., da EISA, com a participação de Trishul Mandana, diretor executivo da Volcafé (ED&FMan Coffee Division); Edward A. Esteve, Chief Carbon Officer and Head of Coffee Division da ECOM Agroindustrial; e David Neumann, CEO da NKG. 

O painel levantou algumas discussões e David Neumann destacou que as perspectivas para o café brasileiro são excelentes, porém é preciso atenção em relação às mudanças climáticas e as dificuldades que irão existir para as próximas gerações. 

“O Brasil traz exemplos maravilhosos de produção, mas é necessário uma liderança mais forte, uma linha de negócios e focar em ajudar os pequenos e médios produtores em relação à sustentabilidade. Os negócios de café tem que ser mais simples para concentrar nos problemas e equilibrar as necessidades. Troquem ideias, a ciência pode salvar o café e nós, se não fizermos algo, vamos continuar em um mundo no qual o café não é acessível para todos”, reforçou. 

Edward apontou as tecnologias aplicadas no Brasil e que não são vistas em outros países produtores: “Aqui vocês possuem escala, tecnologia, terrenos que permitem a mecanização. Brasil cada vez mais está bem posicionado no mercado e tenho inveja cada vez que vejo a cultura do café e possibilidades para os produtores”. 

Já Trishul trouxe alguns dados relacionados ao avanço da produção e aumento do consumo. “A indústria como um todo deve se preocupar com relações como a diversidade, os custos do frete, taxas de exportação e clima”, destacou. Ele acredita que o aumento do consumo deve voltar ao patamar de antes da pandemia, de 2% ao ano. “É importante apresentar ao consumidor a perspectiva, apresentar a diversidade, as histórias, romances e porque o preço do café é diferenciado”, disse. 

“Muitas empresas firmaram o compromisso do carbono zero até 2050, mas como isso será realizado? Os compradores acabam avaliando o melhor plano na hora de adquirir os cafés e o consumidor pagará por isso? Ele é quem vai decidir se irá consumir um café que possua algum tipo de certificação ou não”, finalizou Edward. 

A grade de programação do evento segue durante essa quinta-feira (12).

TEXTO Natália Camoleze • FOTO Natália Camoleze

CafezalMercado

Embrapa e IAC desenvolvem método que identifica cafeeiros com teor reduzido de cafeína

Foto: Roberto Seba

Um método para identificação e seleção de plantas de café (Coffea arabica) com teor de cafeína reduzido teve a patente reconhecida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). As inventoras da metodologia são as pesquisadoras Mirian Perez Maluf, da Embrapa Café, e Maria Bernadete Silvarolla, do Instituto Agronômico (IAC). 

“O método foi um avanço importante para o desenvolvimento de cultivares de café arábica naturalmente descafeinadas, ou com baixo teor de cafeína. A inovação trará benefícios à cafeicultura, à agroindústria ligada ao café e aos consumidores,” avalia Mirian. 

“Esse método foi validado em campo e conseguimos transmitir a característica de ausência ou baixíssimo teor de cafeína para várias gerações de plantas e com diferentes origens genéticas”, comemora a pesquisadora da Embrapa, que realiza suas pesquisas no IAC por meio de parceria, estabelecida no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, entre a Embrapa e o Instituto, o qual é ligado à Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo.

Ela ressalta que o mercado de café descafeinado é um nicho que pode crescer consideravelmente, uma vez que cerca de 10% dos consumidores de café no mundo costumam consumir esse tipo da bebida, e no Brasil esse público é de apenas 1%. Atualmente, os cafés são descafeinados por processos industriais. Esses processos, além da cafeína, acabam retirando do grão vários outros compostos que conferem suas características sensoriais. 

Para Maria Bernadete, essa inovação é capaz de viabilizar o desenvolvimento de cultivares com baixo conteúdo de cafeína, com potencial de se tornarem mais uma opção de cultivo para o produtor de café do Brasil. “Haverá o diferencial desse perfil químico já nas sementes, com agregação de valor diretamente para o cafeicultor”, resume a pesquisadora do IAC.

O trabalho dela envolveu a identificação dos mutantes naturalmente descafeinados e a realização dos cruzamentos entre esses materiais e cultivares elite, aquelas que reúnem qualidades agronômicas e industriais. “Concluída essa fase, fizemos as seleções nas gerações segregantes com o objetivo de transferir os genes responsáveis pela característica de baixo conteúdo de cafeína dos mutantes para cultivares elite, visando reunir o baixo teor de cafeína e a alta produtividade das cultivares”, explica. 

“As plantas híbridas e as das gerações posteriores foram utilizadas nas análises moleculares de laboratório, a fim de identificar as diferenças entre os materiais com teores normais de cafeína e aqueles com quantidades reduzidas, o que deu origem ao método agora patenteado”, comenta a cientista.

Histórico da pesquisa

Para entender o achado e sua importância, é preciso fazer uma pequena cronologia dos estudos para a obtenção de uma cultivar naturalmente sem cafeína de café arábica, a espécie mais consumida. Em 1964, pesquisadores de países produtores de café, entre eles brasileiros, financiados pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), coletaram sementes de 300 plantas de café na Etiópia, país de origem do produto. 

Com a criação do programa de melhoramento genético do cafeeiro, do Instituto Agronômico, em 1987 foram realizados cruzamentos das espécies selvagens de café com baixo teor de cafeína com variedades de C. arabica, no entanto, características que não interessavam eram passadas para as plantas filhas. 

Em 1996 foi iniciado o projeto com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Naquele trabalho foram analisadas cerca de três mil plantas de café do Banco de Germoplasma do IAC, o que resultou, em 2003, na descoberta de três plantas de uma mesma família que eram naturalmente descafeinadas. A descoberta foi feita pela geneticista Maria Bernadete Silvarolla, em trabalho conjunto com o pesquisador Luiz Carlos Fazuoli, também do IAC, e de Paulo Mazzafera, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). As plantas foram batizadas de AC1, AC2 e AC3 em homenagem ao geneticista de café Alcides Carvalho, já falecido.

A partir dessa descoberta, foram realizadas várias pesquisas com essas plantas. Em 2005, com financiamento do Consórcio Pesquisa Café e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a pesquisadora Mirian Maluf iniciou análises moleculares do gene que codifica a cafeína sintase (cs), uma das enzimas da via de síntese de cafeína, presente no cafeeiro AC1, que é naturalmente descafeinado, e identificou as várias alterações de nucleotídeos, os chamados polimorfismos do tipo SNP, em comparação com a sequência do gene isolado em cafeeiros com teores normais de cafeína.

Com isso foi possível identificar e marcar esse gene cs, além de entender as mutações sofridas por ele associadas à ausência de cafeína. A partir desse achado, a ideia é provocar essa mesma mutação em cafeeiros que hoje já são cultivados com alta produtividade. Isso é possível com a realização de programas de melhoramento assistido ou por edição gênica.

TEXTO Redação

CafezalMercado

Nucoffee apresenta inovações durante XXIII Seminário Internacional do Café de Santos

Durante o XXIII Seminário Internacional do Café de Santos, marcado para acontecer entre os dias 11 e 12 de maio, no Sofitel Jequetimar, na cidade de Guarujá, no litoral paulista, a Nucoffee, plataforma de café da Syngenta, apresenta suas soluções de cafés. 

“O Seminário Internacional do Café é uma oportunidade para debatermos assuntos relevantes para o setor, além de podermos apresentar o café especial Nutracêutico ao mercado nacional”, afirma Juan Gimenes, Gerente de Inovações da Nucoffe

Na quinta-feira (12), às 9h, o prof. Flávio Borém, especialista em cafés especiais do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), ministra a palestra “Um novo olhar para a pós-colheita num cenário de mudanças climáticas”, que será promovida pela Nucoffee.

Café nutracêutico

O café nutracêutico, desenvolvido por meio de uma parceria público-privada entre a Syngenta e a UFLA, será o grande destaque da Nucoffee no Seminário. Com sabor intensificado e alto índice de qualidade, o grão aumentou em até 40% suas propriedades antioxidantes. Obtida por meio de um processo inovador, que utiliza até 30% dos grãos verdes, a técnica gera maior produtividade na colheita. Isso significa que os cafés nutracêuticos reúnem mais doçura, complexidade, acidez e corpo.

Esse aperfeiçoamento dos grãos, caracterizados como nutracêuticos – nutricional, funcional e medicinal –, permite que os produtores ofereçam cafés com sabores que o consumidor ainda não experimentou, além de possibilitar a comercialização do produto em outros setores, como o farmacológico, de suplementos e até mesmo o de cosméticos.

“A maturação desuniforme é um grande desafio para a qualidade hoje em dia e, com esse programa, otimizamos a janela de colheita, aumentando o potencial de qualidade dos frutos. O projeto é uma inovação que permite produzir cafés especiais a partir de frutos com elevada porcentagem de grãos imaturos, aproveitando os benefícios que eles trazem à saúde devido à alta ação antioxidante”, declara Juan.

A empresa também preparou para o evento sessões de degustação de cafés especiais e chá gelado de polpa de café, além de reservar uma sala de reunião para rodadas de negociação e networking com os principais players do setor.

Ciência por trás da xícara

De acordo com o prof. Borém, o Brasil, como maior produtor de café do mundo, tem muitos promotores e amantes da bebida, porém, quando se trata de ciência por trás de uma xícara de café especial, o assunto é mais complexo e requer muitos estudos. “A qualidade do produto é fundamental e, por isto, a interação entre genótipo e ambiente, além das tecnologias pós-colheita, são temas extremamente relevantes”, explica.

Ainda segundo o especialista, o Brasil vem enfrentando, nos últimos 10 anos, novas condições climáticas que criam desuniformidades na maturação do grão, gerando mais desafios aos produtores. “Apesar do país ter exportado cerca de 7 milhões de sacas de cafés diferenciados nos últimos cinco anos, fatores climáticos, incluindo temperatura média, níveis anuais de chuva e sazonalidade, têm influenciado nas características fisiológicas do grão”.

“Buscamos alternativas para aprimorar o perfil sensorial dos grãos e aumentar a produtividade da colheita, além de reduzir a queda de frutos no chão ao mesmo tempo em que apoiamos a evolução de uma agricultura mais positiva, capaz de reduzir a emissão de gases do efeito estufa e apta a capturar carbono”, finalizar Juan.

TEXTO Redação • FOTO Café Editora